
A Expedição Soja Brasil, exibida em reportagem recente, chegou ao Paraná em um momento de apreensão para os produtores rurais. A semeadura da safra 2025/26 iniciou oficialmente em 1º de setembro, mas o avanço foi irregular em diversas regiões do estado devido à falta de umidade suficiente no solo. Em localidades como Londrina, o plantio encontra-se atrasado, um reflexo direto da escassez de chuvas nas primeiras semanas da temporada.
As primeiras precipitações significativas só foram registradas em meados de outubro, o que impactou o desenvolvimento inicial das lavouras e reduziu o potencial produtivo. “Quem plantou cedo fez um péssimo negócio. A maioria segurou o plantio, e isso trará consequências para o milho segunda safra, que poderá se tornar inviável devido ao atraso”, compartilhou o produtor rural Antônio Sampaio, de Londrina. Segundo ele, o problema se agrava após dois anos consecutivos de resultados desfavoráveis em decorrência da falta de chuva.
O cenário é intensificado pela sucessão de safras afetadas pelas condições climáticas e pelos baixos retornos produtivos. A persistência do fenômeno La Niña até o final do ano tende a manter a irregularidade das chuvas, elevando o risco de períodos de seca intercalados com excesso de precipitação, o que pode comprometer a germinação e o crescimento das plantas. “Esses intervalos secos costumam ocorrer entre novembro e dezembro, períodos cruciais em que a soja mais necessita de água. Com temperaturas elevadas, os impactos podem ser severos”, alertou Edivan Possamai, coordenador estadual do Programa de Grãos Sustentáveis do IDR-Paraná.
Soja no Paraná
Apesar dos desafios impostos pelo clima, o otimismo ainda não se dissipou completamente. A projeção é que o Paraná cultive 5,77 milhões de hectares de soja nesta safra, com uma produção estimada de 21,9 milhões de toneladas, representando um aumento de 4% em comparação ao ciclo anterior. Contudo, os produtores enfrentam custos de produção elevados, acesso restrito a crédito e altas taxas de juros, fatores que têm moldado uma postura mais cautelosa em relação aos investimentos.
Fonte: Canal Rural.








