Acordo comercial entre EUA e China eleva preço da soja na bolsa de Chicago, segundo consultoria

Acordo EUA-China impulsiona soja na bolsa de Chicago com promessa de compras massivas pela China. O mercado reage com otimismo, mas há cautela quanto ao impacto real nos estoques.

Foto: Pixabay
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Na última quinta-feira (30), o mercado de soja demonstrou uma reação expressiva após a divulgação de um acordo comercial entre Estados Unidos e China. Durante um encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, em Seul, Pequim comprometeu-se a realizar aquisições significativas de soja, petróleo e gás norte-americanos.

Em paralelo, a China anunciou a suspensão temporária, por um período de um ano, das restrições à exportação de terras raras, um recurso estratégico que tem sido utilizado como moeda de troca na guerra comercial.

De acordo com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, a China planeja adquirir 12 milhões de toneladas de soja americana até o final de 2025 e se comprometeu a comprar 25 milhões de toneladas anualmente nos três anos seguintes, como parte de um acordo mais abrangente. Adicionalmente, outros países do Sudeste Asiático concordaram em adquirir 19 milhões de toneladas extras de soja dos EUA, embora os prazos exatos para essas negociações ainda não tenham sido especificados.

Soja em Chicago

O anúncio gerou oscilações na Bolsa de Mercadorias de Chicago, mas o sentimento predominante foi de otimismo, com o grão registrando uma valorização de aproximadamente 1% no encerramento das negociações. Para o analista e consultor da Safras & Mercado, Rafael Silveira, ainda existem incertezas quanto ao impacto real do acordo. “Caso não haja uma revisão para baixo na projeção da safra norte-americana, o volume de compras anunciado pela China pode se mostrar insuficiente para uma redução efetiva dos estoques”, pontua.

Apesar disso, os ganhos acumulados na bolsa durante o mês de outubro para o grão ultrapassam 10%. Até o dia 30 de outubro, a posição com vencimento em janeiro de 2025 apresentou uma alta de 8,5% no período.

Mercado brasileiro

No contexto do mercado interno brasileiro, os resultados positivos observados no cenário internacional não foram integralmente repassados. Os prêmios mantiveram os preços estáveis, e os produtores aproveitaram os picos para realizar vendas estratégicas, mantendo um controle na comercialização.

Fonte: Canal Rural.