
O Programa Soja Baixo Carbono, desenvolvido pela Embrapa, tem como objetivo reconhecer e certificar produtores que adotam práticas sustentáveis capazes de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e aumentar o sequestro de carbono no solo. A iniciativa destacou-se no painel “Agropecuária de Baixo Carbono” durante o Fórum Planeta Campo, realizado em Belém (PA).
O encontro abordou o papel da agropecuária brasileira na transição climática, reunindo representantes da Embrapa Soja, UPL, FGV, Grupo Roncador e Portos do Paraná, evidenciando a integração entre ciência, políticas públicas e práticas produtivas sustentáveis.
Soja Baixo Carbono: o papel da Embrapa
Roberta Carnevalli, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja, apresentou o Programa Soja Baixo Carbono (SBC). “A Embrapa desenvolve protocolos baseados na análise de ciclo de vida, que mensura as emissões e as aloca entre diferentes culturas. Cada setor pode usar esses resultados e recompensar formalmente o produtor”, explicou.
Segundo Carnevalli, a certificação pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente 30%. Considerando o carbono removido do solo, essa redução pode chegar a 60%. A iniciativa abrange sistemas produtivos que integram a soja com outras culturas em sucessão ou rotação, como trigo, milho, milheto, pastagens e plantas de cobertura, incluindo crotalárias, guandu, estilosantes, braquiária ruziziensis, gergelim, algodão, arroz, caupi e nabo forrageiro.
Carina Rufino, chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Soja, ressaltou a relevância do programa no contexto da transição climática. “O Brasil está avançando fortemente na agenda de soluções climáticas e segurança alimentar. O Programa Soja Baixo Carbono desenvolve um protocolo de certificação voluntária que valoriza a soja produzida em sistemas mais resilientes e de baixa emissão de gases de efeito estufa”, afirmou.
Setor engajado
O Programa Soja Baixo Carbono opera com um modelo de inovação setorial e conta com o apoio de sete empresas parceiras: Bayer, Bunge, Cargill, Coamo, Cocamar, GDM e UPL. Essas organizações colaboram com a Embrapa no desenvolvimento e validação de práticas focadas na redução das emissões de gases de efeito estufa e no fortalecimento da sustentabilidade na produção de soja.
Rogério Melo, gerente de Programas Sustentáveis da UPL, enfatizou, durante o painel, o compromisso da empresa com a sustentabilidade e com o programa Soja Baixo Carbono. “A UPL busca reimaginar a sustentabilidade nas cadeias agroalimentares. Vamos realizar mil inventários de carbono e mil diagnósticos ambientais para mostrar que, da porteira pra dentro, a agricultura brasileira é a mais eficiente e sustentável”, declarou.
Segundo ele, o empenho na descarbonização deve contemplar todos os perfis de produtores, incluindo pequenos e microprodutores, mediante uma abordagem cooperativa e colaborativa entre ciência, empresas e o campo.
Fonte: Canal Rural.








