A safra 2023/24 vem sendo marcada por instabilidades climáticas muito intensas, o que está afetando também a ocorrência de percevejos, uma das mais importantes pragas da soja, afirma o chefe de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Soja, Adeney de Freitas Bueno.
Segundo ele, o percevejo geralmente é de ocorrência mais acentuada no período de enchimento dos grãos da soja. Porém, nesta safra, a praga tem sido observada mais cedo e com populações mais altas.
Neste sentido, a orientação é para que o produtor faça o monitoramento semanal da sua lavoura com o pano de batida para saber o momento ideal de realizar o controle da praga, assim como escolher o inseticida mais adequado para sua lavoura.
Desta forma, ele consegue garantir produtividade com equilibrado custo de produção. Isso porque, de acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Samuel Roggia, estudos da entidade juntamente com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) mostram que não há prejuízos de produtividade na soja com infestação de dois percevejos por metro (pano).
Assim, segundo ele, produtores que costumam fazer quatro ou mais aplicações de inseticidas em uma safra podem reduzir essas entradas pela metade, desde que se atentem ao monitoramento semanal.
“Apenas com mais de dois percevejos por pano de batida é que o produtor deve entrar com a aplicação. Do contrário, a praga não compromete o rendimento da lavoura”.
O pesquisador lembra que, atualmente, estão disponíveis no mercado inseticidas dos grupos 1, 2, 3, 4 e 30.
“Apesar de o grupo 30 ser o mais novo, não significa que todos os produtores devam utilizá-lo e nem que ele vai ser o melhor para todas as situações. As populações de percevejos não migram a grandes distâncias, então um produto que é bom em um talhão pode não ser o melhor em outro”.
Assim, de acordo com ele, a melhor forma de identificar qual o melhor inseticida é entrando com o pano de batida antes e após a aplicação do inseticida para verificar se houve a sobrevivência ou resistência dos insetos.
Fonte: canal rural