A BrasilAgro anunciou recentemente um arrendamento que ampliará seu portfólio de terras em mais de 7 mil hectares para a produção de cana-de-açúcar, em uma estratégia de diversificação de receitas, que atualmente estão mais concentradas em áreas de grãos e oleaginosas.
Localizada em Brotas (SP), a fazenda permitirá que a empresa entre no mercado de produção de açúcar, fornecendo cana para uma empresa que produz tanto o adoçante quanto o etanol.
Anteriormente, a matéria-prima era fornecida apenas para usinas que produziam etanol, explicou o CFO da BrasilAgro, Gustavo Javier Lopez. Isso limitava a capacidade da BrasilAgro de fazer fixações de preços, considerando a volatilidade do mercado de etanol. Agora, com a entrada no mercado do açúcar, a empresa terá uma maior segurança e previsibilidade.
Segundo o CEO da BrasilAgro, André Guillaumon, a operação em São Paulo permitirá que a empresa seja remunerada por um mix de etanol e açúcar, proporcionando mais estabilidade. Além disso, o açúcar é uma commodity global, menos volátil que o etanol, o que facilitará a realização de hedge do açúcar ou do preço do ATR para proteger-se contra as flutuações de mercado.
Embora a empresa não tenha divulgado o nome do cliente nem os valores das negociações, o arrendamento expande as operações da BrasilAgro para o mercado de São Paulo, o maior produtor brasileiro de cana e derivados. Anteriormente, a empresa fornecia cana apenas para empresas em Mato Grosso e Maranhão.
No último ano, a BrasilAgro colheu 2 milhões de toneladas de cana, com uma produtividade média de 79,07 toneladas por hectare. A área plantada da empresa na safra 2023/24 foi de 172.459 hectares, com cultivos de soja, milho e algodão em diversos estados brasileiros, além do Paraguai e da Bolívia.
O arrendamento será feito de maneira escalonada, com 5,06 mil hectares arrendados até 2024 e o restante até 2029. Com essa expansão, a BrasilAgro reforça sua posição como um importante player no setor agrícola, abrangendo múltiplas culturas e mercados em toda a América do Sul.
Fonte: Visão Agro