Agfintech quer chegar a R$ 1 bilhão de crédito para produtores em 2024

Fundada por duas ex-bancárias, Agree atende mais de 200 grandes produtores do Brasil

À procura de grandes produtores rurais, a startup Agree tenta se consolidar no mercado de captação de crédito agrícola. Nos últimos 12 meses, a companhia somou R$ 500 milhões em crédito aprovado, aplicados no mercado, e R$ 1 bilhão em limite de crédito aprovado. Entre seus clientes, 80% são produtores que, em sua maioria, faturam mais de R$ 15 milhões por ano. Segundo Rayssa de Melo, co-fundadora ao lado de Thays Moura, a carteira da empresa conta com mais de 200 agricultores, sendo a maioria de Goiás, Bahia e Distrito Federal.

A Agree capta recursos em bancos e fundos de investimentos com finalidades variadas: custeio, investimento de irrigação, armazenagem ou até para adquirir uma fazenda.

Os outros 20% dos clientes são empresas do agronegócio, como revendas e cooperativas. Grupo BJ Seeds, Grupo MEC e Grupo Bonato são alguns dos maiores clientes da companhia que está no mercado desde junho de 2022.

Para rentabilizar, a startup cobra um “fee”, que funciona como uma taxa de sucesso do negócio entre o banco que fornece e o produtor que capta o dinheiro. “Nós só cobramos se acharmos uma oportunidade que o cliente aceite e também só quando o recurso for liberado. Ou seja, só no sucesso da operação para o nosso cliente”, explica a fundadora.

Rayssa de Melo e Thays de Moura trabalharam por 10 anos em um banco na área de crédito para o agronegócio. “Todo ano o produtor precisa de crédito e precisamos ter sempre as melhores opções para ajudá-lo a tomar suas decisões financeiras”, relata Thays.

Para 2024, as fundadoras se preparam para uma rodada de investimento ainda sem preço fixado, e por isso, não informaram seu faturamento do último ano. A meta da empresa é dobrar o valor de crédito liberado e aplicado no mercado por produtores até o fim de 2024, atingindo R$ 1 bilhão.

Para chegar lá, Melo conta que estão trabalhando na automatização de processos. Uma plataforma tecnológica está em desenvolvimento para fazer a leitura de informações do cliente e enviar automaticamente a oportunidade de crédito para os bancos e fundos de investimento. Por fim, o banco parceiro devolve uma proposta para o produtor.

“Estamos automatizando, mas ainda não está pronta. Por isso, estamos buscando aumentar a equipe de TI nesse momento”, explica Rayssa de Melo. A pretensão da empresa é iniciar um piloto em junho para liberar o acesso da plataforma para revendas parceiras.