Quedas nos volumes transportados de milho, trigo e fertilizantes afetaram os resultados
O volume de fretes rodoviários do agronegócio caiu 12,6% no primeiro trimestre de 2024 no Brasil, em comparação ao mesmo período de 2023, segundo dados coletados pela Frete.com, plataforma de transporte de cargas que atua na América do Sul.
Na avaliação da empresa, a menor produção de grãos impactou o volume de frete. Os volumes contratados de milho recuaram 41,4% na comparação anual; de trigo, 38,6% e de fertilizantes, 20,6%. Entretanto, o transporte de soja que é o mais relevante no primeiro trimestre, teve alta de 14,4% no volume de cargas movimentadas.
“A última safra de grãos [2022/23] trouxe diversos recordes para o Brasil, algo que não deve se repetir para nesta safra [2023/24]. As chuvas torrenciais registradas no Sul e Sudeste no começo de 2024, além de ondas de calor que atingiram diversas regiões do país, fizeram com que houvesse essa quebra na produção. Diante disso, os volumes dos fretes também caíram, mas a soja ainda demonstra a sua força. Isso se justifica pelo aumento nas exportações da oleaginosa no primeiro trimestre, que passou de mais de 19 milhões de toneladas em 2023, para cerca de 22 milhões de toneladas em 2024”, diz em nota Federico Vega, CEO da Frete.com.
Os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a produção de grãos deve somar 295,6 milhões de toneladas em 2023/24, 7,6% abaixo do obtido em 2022/23. A colheita de soja é estimada em 146,9 milhões de toneladas, redução de 5% em relação à safra anterior. No caso do milho, são previstos 112,7 milhões de toneladas, queda de 14,5%. A estimativa do trigo é de 9,6 milhões de toneladas.
Estados
Entre os Estados, os fretes da soja tiveram o maior crescimento, na comparação entre o primeiro trimestre de 2024 e o mesmo período de 2023, no Rio Grande do Sul, com 42,6%. Minas Gerais também se destaca, com 32,5% de crescimento, seguido por Goiânia, com 22,5%.
No caso do milho, Mato Grosso teve aumento no volume de fretes, com 8,3%. As maiores quedas foram registradas nas cargas movimentadas no Paraná (-66,6%) e Rio Grande do Sul (-60,5%).
Os fretes do trigo tiveram baixa no Rio Grande do Sul, com 46,3% de fretes a menos. Porém, tiveram alta no Paraná (84,7%).
Os fertilizantes também ajudaram a puxar a queda nos fretes do agro, principalmente nos estados de São Paulo (-31,2%) e Minas Gerais (-26,3%).
Geral
Apesar da queda no agronegócio, os fretes em todo o Brasil, de forma geral, se mantiveram estáveis no trimestre. Houve um aumento de 0,5%, com a construção civil (+12,3%) e produtos industrializados (+4%) puxando o crescimento.
Entre janeiro e março deste ano, foram publicados mais de 2,1 milhões de fretes na plataforma da Frete.com, praticamente o mesmo volume registrado nos três primeiros meses de 2023.