Anúncio das decisões foi feito na segunda-feira (10/06), na Alemanha
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avaliou que as decisões para a agropecuária na Conferência de Mudanças Climáticas de Bonn, na Alemanha, foram importantes para viabilizar ações de mitigação e adaptação que serão levadas para a 29ª Conferência das Partes (COP29), em novembro deste ano, no Azerbaijão.
O consultor de sustentabilidade da CNA, Rodrigo Lima, explicou que a versão preliminar do texto da conferência traz pontos positivos como a inscrição e apresentação de projetos para a agricultura, financiamentos para a mitigação e adaptação a mudanças climáticas e a criação de fóruns de discussão, a partir de 2025, sobre ações climáticas na atividade agropecuária.
Segundo ele, um dos resultados conquistados foi a criação do portal de Sharm E-Sheikh. “Será um espaço dentro da convenção para reunir os projetos e ações dos países de agricultura. A boa notícia é que o Plano ABC + vai poder ser inscrito nesse portal e ganhar visibilidade na agenda climática. Essa decisão é muito importante para reunir as ações dos países e apresentar as do Brasil”, destaca.
De acordo com Lima, o segundo aspecto importante da decisão diz respeito ao financiamento de ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, um dos temas mais estratégicos neste ano. “O secretariado vai fazer os relatórios de financiamento. A ideia é entender como se financiam as ações de agricultura e especialmente poder financiar mais ações de agricultura. Esse relatório será feito todos os anos”, diz.
Ele relatou, ainda, que o terceiro ponto da decisão a ser destacada é referente à realização dos workshops para discutir as ações climáticas de agricultura. “Será um fórum para discutir, a partir do próximo ano, a adoção de ações da agropecuária de baixo carbono”. Poderemos dar visibilidade para nossas iniciativas de redução de gases de efeito estufa e a implementação do Código Florestal como ações importantes da agropecuária brasileira dentro da agenda climática”, ressaltou.
A assessora técnica da CNA, Amanda Roza, disse que o Trabalho Conjunto de Sharm El-Sheikh possibilita maior preparo técnico e maior previsibilidade a agenda das COP29 e 30, o que facilita as negociações junto ao governo brasileiro para a obtenção dos resultados esperados em termos de política ambiental.
A CNA participou de toda a construção desse grupo, hoje chamado de Grupo de Sharm El-Sheikh, que substituiu o Grupo de Koronivia. O objetivo do grupo é debater como a agropecuária se relaciona com inovação e adoção de tecnologias, aumento de produtividade, práticas de adaptação que promovam a resiliência dos sistemas produtivos, assistência técnica, redução de emissões de gases de efeito estufa e financiamentos, dentro das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).
A decisão do grupo funciona como uma ação preparatória técnica e de implementação de agenda para a Conferência das Partes. Este ano, a COP29 acontece em novembro em Baku, no Azerbaijão, e também deve balizar as discussões para a COP30, em 2025, em Belém (PA).
A Conferência de Bonn reúne negociadores dos países para debater políticas e ações relacionadas ao enfrentamento das mudanças climáticas. Representantes do setor privado e sociedade civil acompanham os debates.