A BYD, líder mundial no segmento de veículos elétricos, decidiu antecipar a importação de 80 mil carros elétricos para o Brasil. A decisão foi motivada pela retomada da cobrança de impostos sobre a importação desses veículos, que estavam isentos desde 2015. Para o Piauí, foram importados 150 veículos. A empresa trouxe ao todo o volume planejado para o ano de forma antecipada, a fim de garantir que os veículos chegassem ao país antes do reajuste tributário, a partir do dia 1º de julho.
O retorno da cobrança havia voltado em janeiro deste ano, com as alíquotas definidas de 10% para carros elétricos e 15% para modelos híbridos. Na ocasião, a BYD absorveu o imposto e não repassou para o consumidor, mas como haverá nova alíquota a partir de julho, a empresa chinesa adotou nova estratégia. “Resolvemos importar todo o volume que seria vendido durante o ano antes do imposto aumentar, para assim preservar o preço e não repassar nenhum aumento para o consumidor”, afirmou, em entrevista ao Piauí Negócios, Leonardo Dall’Olio, diretor comercial do Grupo Carmais, responsável pela comercialização da BYD no estado,
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a razão para reintroduzir a cobrança é promover o crescimento da indústria nacional e fortalecer a cadeia produtiva do setor. As taxas continuarão aumentando gradualmente até atingir 35% em julho de 2026. Durante a transição, o governo oferece cotas de importação com isenção para carros híbridos e híbridos plug-in.
Dall’Olio comentou que, devido à antecipação das importações, surgiu a necessidade de um espaço adicional para armazenamento dos veículos. “Não havia mais espaço nos portos brasileiros devido à quantidade de veículos que foram importados. Os concessionários então ficaram responsáveis por armazenar parte desses carros. Como nosso pátio na capital cabe somente 60 veículos, alugamos um andar inteiro na garagem do Teresina Shopping para armazená-los até o fim do ano”, revelou.
A empresa busca manter os preços competitivos até que passe a produzir localmente no Brasil, o que deve ocorrer até o final deste ano.
“A BYD deve começar a produzir em solo brasileiro ainda este ano. Com isso, passaremos a ter o carro fabricado no Brasil e conseguirmos manter o volume de vendas sem subir no preço para os consumidores”, acrescentou.
Marca pretende abrir nova loja em Teresina no próximo ano
Desde o início de suas operações no Piauí, em abril de 2023, a BYD já vendeu mais de 500 veículos e conquistou uma participação de 3,9% no mercado local. A empresa também está em 8º lugar entre todas as marcas de automóveis no estado e tem como objetivo alcançar uma participação de mercado ainda maior até o final de 2024. Uma segunda loja da marca deve ser inaugurada em 2025.
Os veículos da BYD, como o modelo Dolphin, destacam-se pela economia em comparação aos carros a combustão. Uma carga semanal de energia custa cerca de R$ 31, enquanto o combustível para um carro similar custa aproximadamente R$ 148, o que resulta em uma economia de 80%. Em um ano, percorrendo 13.000 km, a economia pode chegar a R$ 5.257.