As exportações brasileiras de soja atingiram 13,95 milhões de toneladas em junho deste ano, com acréscimo de 3,7% em relação ao mês anterior, de acordo com o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira (23/07). No ano, elas somaram 23,3 milhões de toneladas, queda de 1,7% na comparação anual.
A valorização do dólar em relação ao real elevou as vendas no mês à medida que tornou o produto brasileiro mais competitivo. A demanda alta no mercado interno para produção de óleo ajudou a sustentar os preços, diz a Conab, no texto.
Do total comercializado no acumulado do ano, 36,3% saíram pelos portos do Arco Norte; 35,7% por Santos (SP) e 12,6% por Paranaguá (PR). Já pelo porto de São Francisco do Sul (SC), foram escoadas 6,2% da soja exportada.
Milho
No caso do milho, as vendas internacionais no mês atingiram 850 mil toneladas, quase o dobro de maio. Assim como no caso da soja, a demanda global, acompanhada da valorização do dólar permitiram o aumento. Entretanto, os preços internos continuam enfraquecidos, devido a fatores como os avanços nas colheitas da primeira e segunda safras, uma demanda relativamente baixa.
No ano, as vendas do cereal chegaram a 4,1 milhões de toneladas, na comparação com 4,3 milhões um ano antes. De janeiro a junho, a movimentação do milho foi 49% pelo Arco Norte; 6,5% por Paranaguá (PR) e 9,6% por São Francisco do Sul (SC).
Frete
Na Região Sudeste, o boletim destaca que, em Minas Gerais, os produtos agropecuários responderam por 38,3% do valor total das vendas externas do Estado. Pela primeira vez na série histórica, a média mensal das exportações foi superior a US$ 1 bilhão no período de janeiro a maio de 2024.
Em São Paulo, o mercado de fretes também esteve aquecido devido ao incremento na comercialização do milho.
No Centro-Oeste, os fretes com origem no Distrito Federal subiram em quase todas as praças pesquisadas, com destaque para as rotas com destino a Santos, Guarujá e Osvaldo Cruz, em São Paulo. Em Mato Grosso, a colheita do milho segunda safra, em conjunto com a reta final dos embarques de soja para liberação de espaço e a conjuntura de intensas negociações, causaram forte impacto na logística mato-grossense e elevada demanda por transportes, o que impulsionou a alta das cotações em todas as praças estaduais, diz a Conab.
O frete a partir de Mato Grosso do Sul também ficou mais caro em junho, pelos mesmos motivos de colheita do milho segunda safra, necessidade de abertura de espaço nos armazéns e demanda por soja aquecida. Já em Goiás, apesar do incremento na demanda por fretes, em função do avanço da colheita do milho, as empresas se queixam dos baixos preços dos produtos.
Quanto à Região Nordeste, em Maranhão houve um aumento da demanda por transporte dos grãos e, consequentemente, de preços do frete, com o deslocamento dos grãos para o porto de Itaqui, para o Terminal Ferroviário de Porto Franco e para outros Estados.
Na Bahia, onde o fluxo logístico com o transporte de grãos e fertilizantes foi intenso em junho de 2024, identificaram-se altas nos fretes e no volume transportado em relação ao mês anterior. No Piauí, o mercado de fretes também segue bastante aquecido, com forte aumento na demanda. Na Região Sul, o Paraná registrou aumento em quase todas as rotas, com exceção em Ponta Grossa.
Fonte: Globo Rural