O preço da soja iniciou a semana em queda em boa parte das praças de comercialização do Brasil. As cotações acompanharam o movimento da bolsa de Chicago, que teve mais um dia de baixa, com o mercado olhando para o avanço da colheita nos Estados Unidos e do plantio no Brasil. No mercado internacional, os contratos para novembro registraram a quinta queda consecutiva, retração de 0,36%, com o valor de US$ 10,34 o bushel. Os lotes para janeiro caíram 0,36% e ajustaram para US$ 10,56.
A colheita da soja nos Estados Unidos está em um ritmo acima da média, de acordo com o Departamento de Agricultura do país (USDA). As máquinas já percorreram 47% da área plantada até o domingo (06/10). Uma semana antes, eram 26%. Na mesma época do ano passado, eram 37%. A média das últimas cinco safras é de 34%.
Neste cenário, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com base no Porto de Paranaguá (PR) ficou em R$ 140,72 a saca de 60 quilos nesta segunda-feira (7/10), 0,66% a menos que na sexta-feira (4/10). O acumulado dos primeiros dias do mês é negativo em 0,31%.
Na referência do Cepea com base no mercado de lotes (comércio entre empresas) no Estado do Paraná, a situação foi semelhante. A saca foi cotada, em média, a R$ 139,40 no dia, baixa de 0,51% em relação à sexta-feira. Nos primeiros dias do mês, no entanto, o indicador acumula alta de 0,27%.
Preço da soja no Porto de Paranaguá (PR)
Valor R$ | Var./Dia | Var./Mês | |
07/10/2024 | 140,72 | -0,66% | -0,31% |
04/10/2024 | 141,66 | -0,43% | 0,35% |
03/10/2024 | 142,27 | 1,17% | 0,79% |
02/10/2024 | 140,63 | -0,13% | -0,38% |
01/10/2024 | 140,81 | -0,25% | -0,25% |
30/09/2024 | 141,16 | 0,53% | 2,19% |
27/09/2024 | 140,42 | -0,12% | 1,66% |
26/09/2024 | 140,59 | 0,38% | 1,78% |
25/09/2024 | 140,06 | -0,71% | 1,40% |
24/09/2024 | 141,06 | 0,28% | 2,12% |
23/09/2024 | 140,66 | 1,84% | 1,83% |
20/09/2024 | 138,12 | 0,42% | -0,01% |
19/09/2024 | 137,54 | -0,89% | -0,43% |
18/09/2024 | 138,77 | 0,54% | 0,46% |
17/09/2024 | 138,02 | -0,43% | -0,08% |
Levantamento da Scot Consultoria aponta cenário de estabilidade para queda em quase todas as praças pesquisadas. A exceção foi Luís Eduardo Magalhães (BA), onde a soja foi cotada a R$ 129 a saca, com alta de 0,39% no dia.
Já em Balsas (MA), a saca valia R$ 120,50 (-0,41%); no Triângulo Mineiro, R$ 135 (estável); em Rio Verde (GO), R$ 134 (-0,74%); em Dourados (MS), R$ 136 (-0,73%); e em Lucas do Rio Verde (MT), R$ 129,50 (estável).
Nos portos, a saca foi cotada a R$ 140 em Rio Grande (RS), queda de 1,41%; e R$ 141 no Porto de Santos, com estabilidade em relação à sexta-feira.
No Brasil, os produtores estão à espera de chuvas mais regulares para poderem acelerar o plantio. Segundo o último levantamento da Pátria Agronegócios, apenas 5,28% da área foi semeada. Em 2023, a proporção era de 10%, enquanto a média histórica é de 8,9%. O Paraná, onde as chuvas têm sido mais frequentes, lidera, com 26,4% da área semeada.
Comercialização
Levantamento da consultoria Safras & Mercado aponta que a comercialização da safra 2023/24 de soja do Brasil chegou a 87,7% da produção, o equivalente a 133,62 milhões de uma colheita estimada em 152,29 milhões de toneladas. As vendas antecipadas da safra 2024/25 chegaram a 24,8%. Nas duas situações, o ritmo de vendas é superior ao do mesmo período em 2023.
Em Mato Grosso, a comercialização se intensificou em setembro, mesmo com alguns produtores fora do mercado à espera de preços melhores. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o volume comprometido de soja da temporada 2023/24 chegou a 97,07% do total. Os técnicos vinculam o posicionamento à valorização de 5,53% do produto, com a saca de 60 quilos valendo, em média.
Setembro foi de alta para o óleo de soja no mercado brasileiro. Levantamento do Cepea mostra cotação média de R$ 6.413,71 a tonelada, a maior desde fevereiro deste ano. Em relação a agosto, o avanço foi de 1,5%. Segundo pesquisadores, o impulso está atrelado à valorização do derivado no mercado externo e à maior demanda brasileira por parte de indústrias de biodiesel e de alimentos.