Essa é a maior rodada de investimentos de uma startup de agronegócio
A Agrolend, banco digital do agronegócio, anunciou nesta sexta feira (18/10) uma nova captação de R$ 300 milhões na modalidade de Série C, que foi liderada pelo fundo de private equity Creation Investments, sediado em Chicago e pela Syngenta Group Ventures, o braço de mercado de capitais da multinacional.
Com a nova rodada de capital privado, a Agrolend soma quase US$ 100 milhões captados em três anos e amplia sua base de capital para mais de R$ 500 milhões.
Essa é a maior rodada de investimentos de uma startup de agronegócio, segundo a empresa, que empolgou Vivo e B3, que entram como novos investidores através de seus braços de venture capital – Vivo Ventures e a L4, respectivamente.
Phillip Trauer, diretor-gerencial do Vivo Ventures e da Wayra Brasil, explicou em comunicado que a decisão de investir na Agrolend deve-se ao potencial de acelerar a oferta de soluções da Vivo para o agro, como oferecer conectividade a pequenos e médios agricultores. “A Agrolend tem o potencial de fomentar a oferta de soluções da Vivo para o campo, contribuindo diretamente para o aumento da produtividade do agronegócio brasileiro”, afirmou o executivo.
Outro olhar internacional para a startup foi do banco do agronegócio japonês Nochu Bank, que tem cerca de US$ 1 trilhão em ativos. Isso abre portas para a Agrolend “acessar o mercado de capitais do Japão”, informou em nota.
Os atuais investidores institucionais acompanharam a rodada, como a Valor Capital, Lightrock, Yara Growth Ventures, Provence Capital, SP Ventures, Barn Invest, entre outros.
“O anúncio deste robusto Series C, a maior captação de 2024 e uma das maiores da história do agro brasileiro, demonstra a confiança do mercado no nosso modelo de negócio e nos prepara para o próximo estágio de crescimento, onde atenderemos grandes players nacionais e multinacionais”, afirmou André Glezer, presidente e co-fundador da Agrolend.
Antes desta captação, o banco digital tinha sido alvo de especulações por ser um dos credores do Agrogalaxy, com cerca de R$ 62 milhões, valor divulgado quando foi deferido o pedido de recuperação judicial da empresa de revendas de insumos. Como efeito colateral, temia-se uma insegurança de fluxo de caixa da startup, mas que já conseguiu nova captação.
“Estamos entusiasmados para ampliar nossa capacidade de financiamento do produtor rural justamente nesse momento particularmente desafiador de crédito no setor”, acrescentou Glezer.
Em agosto deste ano, a Agrolend emitiu seu primeiro rating público com a agência de classificação de risco Moody’s, obtendo uma nota “BBB+”, o que classifica o banco como “grau de investimento em menos de 4 anos”, desde a sua fundação, em dezembro de 2020.
Para Amadeo Ibarra, diretor do Creation Investments, “há sinergia em promover o desenvolvimento econômico e social por meio da expansão do acesso a serviços financeiros”, em especial para pequenos e médios produtores rurais, que estão sofrendo com captações de recursos para custeio no campo.
“A alavancagem será mantida num patamar confortável, conservando um nível de basileia superior a 20%”, explicou Alan Glezer, diretor financeiro e co-fundador da Agrolend.
Segundo ele, o objetivo é expandir a carteira de crédito para R$ 3 bilhões, servindo aproximadamente 10 mil produtores rurais de pequeno e médio porte em todo Brasil.
“A Agrolend adotou uma rota inovadora ao buscar a licença de ‘Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento’, com a transformação da antiga ‘Sociedade de Crédito Direto’”, comenta Valéria Bonadio, CCO e co-fundadora da Agrolend que há muitos anos mantém um relacionamento com o regulador.
Atualmente, o banco digital oferece crédito diretamente no ponto de venda e financia os empréstimos por meio da emissão de LCAs (“Letras de Crédito do Agronegócio”), que são distribuídas nas principais plataformas de investimentos do país, como a XP, Itaú, BTG, Ágora e Nu Invest, dentre outras. Hoje, o banco possui mais de 12 mil depositantes.