O ritmo de exportações da carne bovina contribui para manter a sustentação
Os preços físicos do boi gordo permaneceram estáveis em São Paulo nesta terça-feira (22/10), em patamares elevados, com alguns frigoríficos fora das negociações de compra de gado. Na outra ponta, pecuaristas retêm oferta na tentativa de encontrar valores melhores.
Em Barretos (SP) e Araçatuba (SP), considerados referência para as cotações do Estado, o preço do boi gordo está em R$ 305 por arroba, sem variação no comparativo diário, conforme levantamento da Scot Consultoria.
O gado com características específicas para produção de carne que será exportada ao mercado chinês, conhecido como “boi China”, também ficou estável a R$ 310 por arroba.
Já as fêmeas registraram alta. A cotação da vaca gorda subiu R$ 3 por arroba e a da novilha avançou R$ 2 por arroba, para respectivos R$ 280 e R$ 302 por arroba.
Carne
O ritmo de exportações da carne bovina contribui para manter o cenário de alta nos preços do animal. Dados do governo federal compilados pela Scot indicam que, até a terceira semana de outubro, o volume de proteína bovina in natura exportado foi de 176,4 mil toneladas.
A média diária de embarques foi de 12,6 mil toneladas, superando o desempenho médio diário do mesmo período de 2023 em 42,1%. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4,6 mil, 42,3% maior.
China
A China, em particular, tem aumentado o volume de compras e vem pagando um pouco mais pela carne brasileira, o que gerou um aumento de 25% no valor das exportações em outubro de 2024, até o momento, em comparação ao mesmo mês de 2023.
“Esses números desenham um bom ritmo até o final do ano”, disse em nota o representante da Comissão de Relacionamento com o Mercado do Instituto Desenvolve Pecuária, Juliano Severo Leon.
No mercado interno, o aumento do poder de compra da população também elevou os preços da carne bovina. Contudo, Leon alerta para a possível perda de competitividade frente a outras proteínas, como o frango, especialmente à medida que os preços da carne bovina se distanciam dos demais.
“Entramos na segunda quinzena do mês, quando as vendas tendem a enfraquecer naturalmente, o que pode pressionar os preços (da carne bovina)”, acrescentou.