Cotações dos animais dispararam no campo, elevando os valores para os consumidores
O preço do boi gordo subiu 9,46% em outubro e passou de R$ 300 a arroba. Com consequência, o preço das carnes teve forte aumento no varejo nacional. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que indica uma prévia da inflação oficial no país, as carnes ao consumidor subiram 4,18% entre 14 de setembro e 11 de outubro. O IPCA-15 foi divulgado na manhã desta quinta-feira (24/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O contrá-filé aumentou 5,42%; e o filé-mignon, 4,59%. As carnes mais populares, como músculo, tiveram alta de 3,72%. A explicação para o produto ficar mais caro para os brasileiros começa no campo, no mercado de boi gordo.
Com os últimos meses registrando o tempo muito seco, poucos animais ficaram prontos para abate. A oferta menor foi agravada pelo início do processo de retenção de fêmeas pelos produtores. Com os custos de reposição também em alta, a previsão é de que o movimento ganhe força a partir de 2025, dando sinais de uma potencial virada de ciclo nos próximos meses.
“Os frigoríficos enfrentam dificuldade para formar escalas, que estão curtas, em média, para seis dias, e relatam dificuldade no escoamento da carne, fato esperado para o final do mês”, disse ontem a Scot em relatório.
Mas não foi só as carnes que subiram no indicador. Os preços dos cereais, leguminosas e oleaginosas tiveram alta de 0,58%, com destaque para o milho em grão, que subiu 1,58%.
Conforme o IPCA-15, as farinhas e os açúcares subiram ambos 0,78%, e os leites e derivados tiveram alta de 1,49%. Dessa forma, a alimentação dentro de casa subiu 0,95% e, fora dela, 0,66%.
No cômputo geral, o item alimentação e bebidas teve alta de 0,87%, enquanto o índice total teve alta de 0,54%.