Sustentabilidade

Um quarto da fauna de água doce está ameaçada de extinção, diz estudo

Poluição, extração de água e barragens são algumas das principais causas do problema ambiental Um estudo publicado na Nature, revista científica britânica, analisou o risco de extinção de 23.496 espécies de crustáceos como caranguejos, lagostins e camarões, peixes e insetos de água doce, como libélulas e donzelinhas, e revelou que 24% da fauna pesquisada está ameaçada de …

Poluição, extração de água e barragens são algumas das principais causas do problema ambiental

Um quarto das quase 25 mil espécies da fauna de água doce analisadas estão sob ameaça de extinção — Foto: Getty Images/Canva

Um estudo publicado na Nature, revista científica britânica, analisou o risco de extinção de 23.496 espécies de crustáceos como caranguejos, lagostins e camarões, peixes e insetos de água doce, como libélulas e donzelinhas, e revelou que 24% da fauna pesquisada está ameaçada de extinção.

As principais ameaças incluem poluição, construção de barragens, extração de água, expansão agrícola e espécies invasoras. O estudo destaca que os ecossistemas de água doce estão sendo afetados drasticamente no mundo inteiro e que a maioria das espécies ameaçadas – cerca de 84% – é afetada por mais de uma causa. Essas ameaças citadas causam principalmente perda e degradação do habitat de água doce.

Os pântanos naturais monitorados, que incluem turfeiras, brejos, lagos, rios e piscinas naturais, sofreram perda de 35% da área entre 1970 e 2015 – a uma taxa três vezes mais rápida do que a das florestas. Nos pântanos restantes, 65% estão sob níveis moderados a altos de ameaça, além de que 37% dos grandes rios do mundo não fluem mais livremente.

Os habitats naturais das espécies estão sob constante degradação, diz o estudo. Os rios permanentes são considerados os mais comuns, com 71% das espécies ameaçadas de água doce.

Os peixes de água doce são quem mais dependem da variedade de habitats de zonas úmidas, incluindo rios permanentes, que hospedam 70% das espécies ameaçadas, lagos permanentes, com 23%, rios sazonais, com 13%, e piscinas permanentes, com 11% das espécies. O estudo observa que diversas espécies ocorrem em múltiplos habitats.

A pesquisa indica também que, apesar dos ecossistemas de água doce cobrirem menos de 1% da superfície terrestre, são responsáveis por abrigar mais de 10% das espécies conhecidas e desempenhar “um papel crucial” na biodiversidade global.

Regiões como o Lago Vitória, no Quênia, Tanzânia e Uganda, o Lago Titicaca, na divisa do Peru e da Bolívia, e áreas na Índia e Sri Lanka foram identificadas como locais com o maior número de espécies ameaçadas. Essas áreas concentram uma grande diversidade de espécies endêmicas, e tem a poluição, a sobrepesca e o impacto de espécies invasoras como as maiores ameaças.