Pesquisa & Tecnologia

Inmet instala novos instrumentos para coleta de dados na Antártida

A equipe, composta por três especialistas, instalou novos instrumentos físicos, químicos e meteorológicos, incluindo dois medidores de radiação ultravioleta e um medidor de ozônio na superfície terrestre

Avião especial, com esquis no lugar das rodas, Criosfera 1. Foto: Reprodução/Inmet.

Uma expedição recente à Antártida, focada na análise das mudanças climáticas e seus impactos no mundo, contou com a participação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A equipe, composta por três especialistas, instalou novos instrumentos físicos, químicos e meteorológicos, incluindo dois medidores de radiação ultravioleta e um medidor de ozônio na superfície terrestre.

A expedição começou em 29 de novembro de 2022 e, após desembarcarem em Santiago, no Chile, a equipe seguiu para Punta Arenas e, em seguida, para o acampamento Union Glacier na Antártida.

Durante a expedição, a equipe também fez manutenção e troca de baterias e turbinas eólicas em instrumentos antigos.

O meteorologista do Inmet, Franco Nadal Villela, destaca que a radiação ultravioleta produz ozônio, confirmando a interação entre a superfície e a radiação solar, tornando essencial a existência de instrumentos capazes de realizar essas medições para estudos sobre mudanças climáticas. Ele ressalta que a análise dos novos dados já está em curso no Brasil.

A região da Antártida é muito remota, com poucos dados, mas com um enorme potencial para pesquisas.

A equipe brasileira foi a menor a concluir a expedição em um período de tempo maior desde a instalação do Criosfera 1. A expedição também buscou monitorar e comprovar a melhora das medidas que minimizam os impactos das mudanças climáticas, uma preocupação mundial.

Com geleiras enormes, a Antártida é o continente mais frio e seco do planeta, o maior deserto do mundo e um lugar muito limpo e preservado. Porém, é possível identificar vestígios da ação humana na Antártida, e é exatamente por isso que precisamos conhecer mais a região.

Durante a viagem, a equipe de pesquisadores teve que retirar todo o gelo acumulado em três anos, desde a última expedição, o que demandou muito esgotamento físico.

Na Antártida, a segurança e saúde dos visitantes são uma grande preocupação, uma vez que o continente é muito remoto e as condições climáticas são extremas. Por isso, é importante que a logística esteja muito alinhada.

Durante a expedição, a equipe brasileira contou apenas com três barracas adaptadas como cozinha, banheiro e dormitório. O Criosfera 1 fica localizado a duas horas e meia da equipe de resgate mais próxima, o que torna o local perigoso para se estabelecer.

Apesar dos desafios, a Antártida é um lugar onde é possível presenciar fenômenos naturais raros.

Durante a expedição, a equipe brasileira foi agraciada com um halo solar duplo com parélios e com a visita de um Petrel Antártico, uma ave grande que nunca tinha sido vista naquele ponto. A equipe voltou para casa com a certeza de que cuidar do planeta é algo urgente.


Criosfera 1

O Criosfera 1 é o primeiro módulo científico brasileiro instalado no interior da Antártida e serve como um centro de coleta de dados meteorológicos e climáticos.


O INMET

Desde 1950, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) e é um órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).


Fonte: Inmet.