A análise mais recente do Itaú BBA aponta boas perspectivas para os setores de avicultura de corte e suinocultura, impulsionadas pelo equilíbrio entre oferta e demanda, além da expectativa positiva nas exportações, mesmo com preços do milho mais altos. O grão, base das rações, tem os meses de abril e maio como decisivos para a segunda safra, mas as previsões de chuva nas principais regiões produtoras afastam, por ora, o risco de alta acentuada nos custos. O alívio mais significativo, no entanto, deve vir apenas no segundo semestre, com a entrada do milho no mercado.

Segundo o banco, os abates de frango e suínos seguem equilibrados com a demanda interna, sem excessos que pressionem os preços. As exportações, contudo, seguem como principal fator de atenção, principalmente diante da guerra comercial liderada pelos Estados Unidos contra a China o maior comprador das carnes brasileiras.

O México, segundo maior importador de carne de frango no mundo, surge como oportunidade para o Brasil, caso os produtos dos EUA encareçam com as novas tarifas. Em 2024, o país comprou 900 mil toneladas dos EUA e 200 mil do Brasil. Outros mercados pouco explorados pelos exportadores brasileiros, como Cuba, Canadá e Vietnã, também ganham relevância nesse cenário.
No caso da carne suína, o Brasil deve bater novos recordes em 2025, com crescimento projetado de 2,2% na produção (4,6 milhões de toneladas) e de 4,5% nas exportações (1,6 milhão de toneladas). Se confirmadas, as estimativas tornam o Brasil o único entre os cinco maiores exportadores a registrar crescimento. A participação brasileira nas exportações globais deve passar de 15% para 16%, mais que o dobro da fatia registrada em 2020 (9%).
A União Europeia, por sua vez, enfrenta retração produtiva por conta da peste suína africana e altos custos, enquanto a China reduz as importações pelo quinto ano consecutivo. Ainda assim, o Brasil pode expandir sua presença em mercados estratégicos, como Japão e Coreia do Sul, caso as tarifas americanas se intensifiquem.