Koppert usa educação para impulsionar agro sustentável com foco em ciclo natural

Koppert aposta em educação para impulsionar bioinsumos, com 30% de adoção e investimento massivo do setor. A empresa busca formar multiplicadores de conhecimento para um agro mais sustentável.

Jaqueline Antônio, gerente de Comunicação e Marketing da Koppert
Foto: Canal Rural

A revolução dos bioinsumos está impulsionando uma significativa transformação no campo brasileiro, e a educação emerge como o principal catalisador dessa mudança. Essa é a visão de Jaqueline Antônio, gerente de Comunicação e Marketing da Koppert, uma das companhias globais pioneiras em controle biológico. A executiva compartilhou suas percepções durante uma entrevista ao programa A Protagonista Especial, realizada no contexto do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), em São Paulo.

De acordo com Jaqueline, o mercado de produtos biológicos no Brasil está vivenciando um momento de ascensão sem precedentes. “Há 14 anos, o setor ainda não era amplamente reconhecido por sua tecnificação. Atualmente, aproximadamente 30% dos agricultores já adotam o controle biológico, e as principais empresas do ramo estão investindo massivamente nessa tecnologia”, ressaltou.

Do marketing à sustentabilidade

A trajetória profissional de Jaqueline no agronegócio iniciou-se de maneira atípica. Com formação em comunicação e experiência em marketing educacional, ela atuou como empreendedora por uma década antes de se juntar à Koppert. “Quando a empresa chegou ao Brasil, enxerguei a oportunidade de alinhar meu propósito pessoal com minha carreira. Sempre tive uma forte ligação com a alimentação saudável e os produtos orgânicos. O controle biológico me cativou de imediato”, revelou.

A Koppert, uma empresa familiar fundada em 1967 na Holanda, teve suas origens no trabalho de um agricultor de pepinos e hoje é reconhecida internacionalmente por suas soluções sustentáveis. “Quando ingressei, eu possuía apenas um pen drive com o logo da empresa e um grande desejo: revolucionar a comunicação e contribuir para a narrativa dessa nova agricultura”, relembrou.

Educação como base da transformação

Para Jaqueline, o progresso dos insumos biológicos é intrinsecamente ligado à capacitação. “Não alcançamos mudanças significativas sem investimento em educação. Nosso principal obstáculo foi instruir o agricultor e o distribuidor sobre como integrar os produtos biológicos ao manejo químico, promovendo a coexistência tecnológica em vez da oposição”, detalhou.

A Koppert Academy, iniciativa educacional da empresa, já capacitou mais de 7 mil profissionais, incluindo produtores, estudantes, representantes de distribuidores e equipes internas. “Nosso objetivo é formar multiplicadores de conhecimento em nível regional, aptos a disseminar a expertise técnica e as melhores práticas”, explicou.

Segundo ela, essa estratégia educacional é fortalecida pela comunicação. “Desenvolvemos materiais didáticos e conteúdos digitais que desmistificam o funcionamento de fungos, insetos e outros microrganismos benéficos. É um processo de aprendizado contínuo e altamente técnico”, afirmou.

Da natureza para a natureza

Jaqueline enfatizou que a atuação da Koppert é pautada por um princípio fundamental: “da natureza para a natureza”. Os produtos desenvolvidos baseiam-se em microrganismos e inimigos naturais de pragas e doenças. “Investimos em pesquisa para identificar e estudar esses organismos, avaliando sua viabilidade e, em seguida, devolvemos à natureza em maior escala. Essa abordagem contribui para a saúde do solo e a preservação da biodiversidade”, explicou.

Ela pontuou que o Brasil está maduro para avançar ainda mais, tornando-se um exportador de conhecimento e tecnologia. “Já contamos com unidades de produção de micro e macrobiológicos no país e estamos em processo de registro de nossos produtos em diversos mercados sul-americanos. O Brasil se consolidou como referência e está preparado para liderar a exportação de biotecnologia agrícola”, declarou.

Um caminho sem volta

Na perspectiva de Jaqueline, o futuro do agronegócio reside na sinergia entre ciência, sustentabilidade e propósito. “O controle biológico representa um caminho irreversível. Estamos zelando pela terra e pelo legado que deixaremos para as futuras gerações”, assegurou.

A executiva convidou os interessados a explorarem o portal www.tecnologiaviva.com.br, uma iniciativa desenvolvida em colaboração, que compila uma série de conteúdos educativos sobre regulamentação, manejo e tecnologias biológicas. “A educação é o motor de tudo isso”, concluiu.

Fonte: Canal Rural.