
A fase de recria, embora frequentemente subestimada pelo pecuarista, é onde reside uma oportunidade significativa para otimizar o ganho de peso do gado durante a estação seca.
Ao assegurar que os animais mantenham o ganho de peso nesse período, o produtor reduz o tempo necessário na fase de engorda, encurtando o ciclo produtivo e, consequentemente, elevando a rentabilidade.
Conforme explica o zootecnista Iorrano Cidrini, a recria assemelha-se a uma “corrida de revezamento”; um desempenho insatisfatório nessa etapa compromete severamente a consecução da meta de abate no tempo estipulado.
O objetivo primordial é eliminar o conceito do “boi sanfona” – animais que perdem peso durante a estiagem – garantindo um ganho de pelo menos uma arroba e meia a duas arrobas nesse período. Para tal, a suplementação emerge como o principal artifício para agregar valor nutricional à forragem de menor qualidade presente no pasto diferido.
Confira:
Suplementação e Ganho Médio Diário (GMD) acelerado
O desempenho do rebanho na seca é influenciado diretamente pela qualidade da pastagem, mas é a estratégia de suplementação que deve ser precisamente calibrada para atender às metas de ganho de peso estabelecidas pelo produtor. A tecnologia em suplementos oferece um potencial notável para otimizar o Ganho Médio Diário (GMD):
- Suplemento Proteinado (Baixo Consumo): a adoção de um suplemento proteínico com consumo diário equivalente a 0,1% do peso vivo constitui uma abordagem inicial eficaz. Este nível de suplementação pode proporcionar um acréscimo de 200 gramas ao GMD diário.
- Suplemento Proteico-Energético (Metas Agresivas): para atingir objetivos mais ambiciosos, como os preconizados pelo conceito Boi 777, o pecuarista deve elevar a oferta de suplementação para um produto proteico-energético:
- Com um consumo de 0,3% do peso vivo, o ganho adicional diário pode alcançar aproximadamente 300 gramas.
- Ao elevar o consumo para 0,5% do peso vivo, o ganho adicional diário pode chegar perto de 380 gramas.
Pasto diferido: o pilar do sucesso na recria
O êxito da suplementação na recria, mesmo com o emprego de tecnologias avançadas, está intrinsecamente ligado à capacidade do pecuarista de aprimorar o manejo da pastagem. É crucial assegurar que o pasto diferido apresente a melhor qualidade nutricional possível.
O zootecnista ressalta que, apesar da evolução dos suplementos, a forragem disponível continua sendo o principal fator de desempenho. O investimento em suplementação para a recria deve ser visto como um complemento essencial que garante a superação da perda de peso natural na seca, acelerando o ciclo produtivo e contribuindo diretamente para o incremento da rentabilidade e da eficiência operacional da propriedade.
Fonte: Canal Rural.









