Um estudo publicado na revista internacional Nature Communications revelou pistas importantes para o controle do fungo causador da ferrugem da soja.
O trabalho foi realizado pela Embrapa e outros membros do Consórcio Internacional do Genoma da Ferrugem Asiática da Soja e envolveu o sequenciamento e a montagem do genoma de três amostras do fungo P. pachyrhizi.
Descobertas importantes
O estudo descobriu que mais de 90% do genoma do fungo é formado por sequências de DNA repetitivos, capazes de mudar sua posição no genoma. Essa descoberta seria a mais provável causa da alta variabilidade do fungo, que o faz se adaptar rapidamente e contornar as diferentes medidas de controle.
Além disso, o estudo também identificou a expansão de famílias de genes responsáveis pela produção de energia e pelo transporte de nutrientes. Essa descoberta pode ajudar a traçar soluções biotecnológicas de controle, como o silenciamento de alguns genes essenciais do fungo. Pesquisas já estão testando essa estratégia, que é capaz de reduzir a severidade da doença.
Próximos passos
Com as descobertas, os pesquisadores esperam avançar no conhecimento da biologia e nos fatores envolvidos na adaptabilidade deste fungo.
O objetivo é acelerar o desenvolvimento de novas estratégias de controle para combater a ferrugem asiática da soja, um dos principais desafios fitossanitários da cultura.
As descobertas da pesquisa são um passo importante para o controle da ferrugem asiática da soja. Com o conhecimento detalhado do genoma do fungo e das características que contribuem para sua alta variabilidade, os pesquisadores esperam desenvolver novas estratégias de controle para combater essa doença que afeta a cultura da soja.
Consórcio Internacional do Genoma da Ferrugem Asiática da Soja
Entre os anos 2019 e 2021, o consórcio disponibilizou publicamente o sequenciamento e a montagem do genoma de referência de três isolados de P. pachyrhizi.
O Consórcio Internacional do Genoma da Ferrugem Asiática da Soja é composto por 12 instituições públicas e privadas, incluindo a Embrapa, universidades alemãs, o Instituto Nacional da Pesquisa Agronômica (INRA-França), a Universidade de Lorraine (França), o Joint Genome Institute (JGI, EUA), a Fundação 2Blades, a Bayer, a Keygene, o Laboratório Sainsbury (Reino Unido), a Syngenta e a Universidade Federal de Viçosa (Brasil).
Quer ficar sabendo de tudo o que acontece no agronegócio? Faça parte do nosso grupo no Whatsapp.
Fonte: Embrapa.