A Brado, uma renomada empresa de logística, atingiu dois marcos históricos no transporte de carne de frango congelada para exportação nos primeiros três meses deste ano.
A empresa registrou um crescimento impressionante de 15% em comparação ao mesmo período do ano passado. O mês de março se destacou como o mês de maior movimentação, com um total de 3.068 contêineres, equivalente a aproximadamente 82,8 mil toneladas, sendo transportados. Janeiro também apresentou resultados sólidos, garantindo o segundo melhor desempenho para a empresa.
Esses números refletem o contínuo crescimento do mercado de carne de frango, que tem quebrado recordes sucessivos. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil registrou um aumento significativo de 15,1% nas exportações de carne de frango no primeiro trimestre. Vale destacar que o estado do Paraná, o maior produtor e exportador do país, foi responsável por 42,1% desse volume, conforme relatado pelo Departamento de Economia Rural (Deral).
Graciele Santos, gerente de contas da Brado, destaca o posicionamento estratégico da empresa nesse mercado. Com terminais localizados em Cascavel e Cambé, estrategicamente posicionados nas principais regiões produtoras e exportadoras de carne de frango do Paraná, como o oeste e norte do estado, além de atender a região sul do Mato Grosso do Sul. “Somos responsáveis pelo transporte de uma parte significativa de toda a carne de frango exportada pelo Paraná”, afirma ela. Graciele também atribui os resultados positivos à entrada de novos clientes.
Vantagens
O aumento do consumo de carne de frango é uma tendência global influenciada por diversos fatores. Um deles é a sua acessibilidade em relação à carne bovina, tornando-a mais acessível em países de baixa renda. Por outro lado, populações com maior poder aquisitivo geralmente escolhem o frango por questões de saúde. Além disso, ao contrário da carne bovina e suína, a carne de frango não está sujeita a restrições religiosas.
Outra vantagem da carne de frango em relação a outras fontes de proteína é a sua sustentabilidade. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a produção de carne de frango emite menos dióxido de carbono, sendo 35 kg de CO2 emitidos para cada 1 kg de carne, em comparação com 295 kg emitidos pela mesma quantidade de carne bovina.
A solução multimodal da Brado, que combina o transporte ferroviário para longas distâncias e o transporte rodoviário para trajetos mais curtos, acrescenta ainda mais sustentabilidade a essa equação. Sheila Minski, gerente executiva de ESG da empresa, destaca a ferramenta online Green Log, que permite aos clientes calcular as emissões de CO2 evitadas com a adoção das soluções multimodais da Brado. “Nos últimos cinco anos, ao aderirem à solução multimodal da Brado, os clientes de carne de frango deixaram de emitir mais de 224 mil toneladas de CO2, equivalente às emissões anuais de 48 mil veículos. Seriam necessárias 1,6 milhão de árvores para absorver integralmente esse volume”, explica ela.
Operação
A história de sucesso da Brado e sua atuação no Paraná estão intimamente ligadas à indústria de carne de frango. Foi um dos primeiros produtos transportados pela empresa e representou 60% do movimento total no corredor Paraná e 28% de todas as cargas da empresa em 2022.
A operação tem início no Porto de Paranaguá, de onde o contêiner refrigerado de 40 pés parte vazio em direção aos terminais multimodais de Cambé ou Cascavel (terminal parceiro). Em Cambé, o contêiner passa por um processo de preparação, incluindo testes de máquinas e temperatura, reparos para possíveis danos estruturais e higienização. Essas avaliações são realizadas por empresas de reparo designadas pelos proprietários dos contêineres, as companhias de navegação.
Assim que o equipamento é considerado adequado, ele é transportado por caminhão até o frigorífico, onde é realizado o carregamento do contêiner com cerca de 27 toneladas de cortes variados de frango congelado e embalado, e a documentação necessária é emitida. O contêiner então retorna ao terminal, sendo conectado à energia elétrica e passando por monitoramentos frequentes de temperatura enquanto está no pátio. Cada cliente possui especificações próprias, mas em média, a temperatura de saída da fábrica dos contêineres é de -18°C.
Os contêineres são carregados em trens compostos por 41 vagões, percorrendo uma distância de aproximadamente 633 km em cerca de três dias e meio pela ferrovia até chegar ao Porto de Paranaguá. “A produtividade ferroviária melhorou bastante nos últimos anos. Cerca de cinco anos atrás, o tempo de trânsito de Cambé a Paranaguá era de cinco a seis dias. Essa redução traz muitos benefícios para a solução da Brado, pois se trata de uma carga perecível, de alto valor agregado, e a produtividade vem aumentando”, diz Graciele.
Se os refrigeradores dos contêineres ficarem desligados por um dia, a temperatura interna sobe cerca de 1°C. No porto, os contêineres recebem uma nova carga de energia e permanecem ligados durante toda a viagem para diversos países, principalmente China, África do Sul, Japão, Emirados Árabes Unidos, Filipinas e México.
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Fonte: Brado.