A seca severa que afeta os principais rios da região amazônica, incluindo o rio Amazonas, está causando interrupções no tráfego de navios perto de Manaus e elevando os custos das rotas comerciais no Norte do Brasil. Essa situação aumenta os riscos para as exportações de milho nos próximos meses.
As altas temperaturas e a seca atípica levaram à morte em massa de peixes e botos e afetaram o acesso das comunidades locais a alimentos e água potável. O governo federal criou um grupo de trabalho para lidar com a emergência. Agora, autoridades estão preocupadas com o impacto nos escoamentos das safras de milho na região, o que deve durar de dois a três meses.
Os piores efeitos da seca têm sido observados a oeste de Manaus, e os rios da região têm sido fundamentais para a logística de exportação do Brasil, tornando-o mais competitivo no mercado de grãos. A situação tem dificultado a navegação ao longo dos afluentes superiores do rio Amazonas, e os corredores de barcaças entre Porto Velho e Itacoatiara, onde operam empresas como Cargill, Bunge e Amaggi, estão funcionais, mas com cargas reduzidas.
As condições climáticas também afetaram a atracação de navios transoceânicos ao redor de Manaus e aumentaram os custos de pilotagem. O embarque da segunda safra de milho deste ano pode ser complicado.
Apesar dessas dificuldades, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) não alterou sua perspectiva de fortes exportações para este ano. No entanto, o clima ainda representa um risco para as colheitas. O Ministério da Agricultura alertou para o risco de aumentos nos custos de transporte no Brasil sem um aumento correspondente nos preços globais, o que poderia afetar os agricultores e comerciantes locais, mas até agora, esse impacto não foi observado.
Fonte: Reuters
