A Green Energy Park (GEP), empresa europeia, assinou uma carta de intenções com o Governo do Piauí visando o potencial desenvolvimento do maior projeto de hidrogênio verde (H2V) do mundo. O acordo prevê estudos para a construção de um parque de hidrogênio verde em Parnaíba, litoral do Piauí, com investimento de 10 bilhões de euros (R$ 50 bilhões) e capacidade inicial de produção de 5 GW de amônia verde por ano.
A Green Energy Park Piauí utilizará a infraestrutura do Porto de Luís Correia para exportar o hidrogênio, sob a forma de amônia, através da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Piauí, destinando-o para abastecer indústrias na Europa. A assinatura da carta de intenções e o anúncio do investimento ocorreram durante o Congresso Mundial de Hidrogênio, em Roterdã, na Holanda, no dia 11.
O documento foi assinado pela GEP, representada pelo CEO Bart Biebuyck, o Governo do Estado do Piauí, representado pela diretora de Mercados Europeus da Investe Piauí, Nathália Ervedosa, e a vinícola Puklavec Family Wines, representada pela empresária Tatjana Puklavec, que será uma das compradoras do H2V produzido no Piauí.
Com esse investimento, o Piauí se tornará líder na produção mundial de H2V, refletindo a estratégia do governador Rafael Fonteles em destacar o estado como referência na produção de energia limpa. “Essa carta de intenções demonstra a disposição dos investidores externos de apostarem no potencial do Piauí para a cadeia de geração de hidrogênio verde”, afirmou Fonteles.
Além da produção de H2V, o Green Energy Park Piauí planeja exportar o produto pelo porto de Luís Correia, já contando com empresas compradoras na Europa. Nathália Ervedosa, responsável pelo escritório europeu da Investe-Piauí, que liderou as negociações, explicou que a estratégia da GEP consistiu em primeiro fechar contratos com grandes consumidores de energia para, em seguida, abordar os produtores mais relevantes do mercado.
O Piauí foi favorecido pelas negociações conduzidas pelo governador Rafael Fonteles, que apresentou as vantagens de produção de H2V no estado durante uma recente viagem à Europa. “A escolha do Piauí decorre de suas condições únicas em termos de potencial solar e eólico, custo da eletricidade e abundância de água, além do inegável suporte que o Governo do Estado vem atribuindo aos investidores no setor, em termos de desburocratização”, destacou Ervedosa.
O investimento inicial para a construção do parque é de 10 bilhões de euros (cerca de R$ 50 bilhões), com previsão de início das obras em 2024 e conclusão em dois anos. O combustível, ao deixar o Piauí via marítima, será recebido no Porto de Krk, na Croácia, onde a Green Energy Park está sediada.
Executivos da GEP estão programados para visitar o Piauí em novembro deste ano para conduzirem os estudos necessários ao início do projeto. Bart Biebuyck, CEO do Green Energy Park, ressaltou a união da empresa com o Governo do Piauí na visão compartilhada de desenvolvimento sustentável e descarbonização da economia. “O mundo precisa de muito mais iniciativas privadas como o Green Energy Park para acelerar a transição energética e ter um impacto real no caminho de descarbonização da nossa economia”, comentou.
Sobre a Green Energy Park
A Green Energy Park adota o conceito de parques de hidrogênio para abastecer o mercado internacional. Seu objetivo é fornecer H2V a baixo custo para todos os continentes, começando pela Europa. A empresa foi fundada por Bart Biebuyck, Mario Rinisch, Tobias Puklavec e Mindaugas Zakaras.