Pecuária regenerativa: CEO da JBS destaca potencial climático e social da prática

Pecuária regenerativa tropical brasileira é chave para clima e segurança alimentar. Brasil apresentará soluções de carbono na COP30, focando em produtividade e financiamento.

Foto: JBS/divulgação
Foto: JBS/divulgação

A pecuária regenerativa emerge como um componente crucial na resolução da crise climática global. A agropecuária em território tropical brasileiro, com sua notável capacidade de sequestrar mais carbono do que emite, tem o potencial de contribuir significativamente para mitigar as mudanças climáticas e combater a insegurança alimentar. Esta foi a mensagem transmitida por Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, durante um painel no evento Bloomberg Green, realizado nesta terça-feira (4), em São Paulo.

O papel da pecuária sustentável será um dos pontos centrais das contribuições do setor privado na COP30, que ocorrerá em Belém (PA). O Brasil apresentará casos de sucesso como parte das propostas da SB COP, uma aliança liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que organiza a participação empresarial na conferência. Tomazoni preside o grupo global de sistemas alimentares, encarregado de coordenar iniciativas que harmonizam produção e conservação.

Segundo o executivo, o encontro em Belém representará uma oportunidade para o Brasil demonstrar que a agricultura tropical e a pecuária regenerativa são elementos fundamentais na busca por soluções climáticas.

“Estamos apresentando sugestões da iniciativa privada para impulsionar uma produção que sequestre carbono, com sistemas de mensuração adequados, um foco no aumento de produtividade para pequenos e médios produtores e a liberação de financiamentos de longo prazo para uma transição justa”, declarou.

ILPF e o potencial da agricultura tropical

Tomazoni ressaltou a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) como um modelo eficaz na geração de benefícios ambientais e econômicos. Estudos indicam que propriedades com manejo adequado capturam mais carbono do que emitem, e que o setor agrícola tem a capacidade de absorver até 26% das emissões globais.

No Brasil, a incorporação de boas práticas tem resultado na recuperação de solos degradados e no aumento da produtividade. “Já observamos grandes fazendas que capturam mais carbono do que emitem. Agora, nosso objetivo é disseminar essas práticas entre pequenos produtores, oferecendo suporte técnico e opções de financiamento acessíveis”, enfatizou.

Rastreabilidade e inclusão produtiva

O CEO mencionou também a participação da JBS na coalizão do Programa Pecuária Sustentável do Pará, em colaboração com o governo do estado, o Carrefour, a The Nature Conservancy (TNC) e outros frigoríficos. O programa implementa a rastreabilidade individual do gado, visando aumentar a transparência em toda a cadeia produtiva.

Nesta segunda-feira (3), as unidades do Atacadão no Pará iniciaram a comercialização do primeiro lote de carne com rastreabilidade completa, proveniente de fazendas monitoradas pela JBS no estado.

Apoio aos pequenos produtores

Tomazoni destacou que o principal desafio para a consolidação da sustentabilidade reside nos pequenos produtores rurais. Desde 2021, os Escritórios Verdes da JBS já ofereceram suporte a mais de 20 mil propriedades, provendo assistência técnica gratuita, auxílio na regularização ambiental e suporte tecnológico.

“É essencial apoiar os pequenos e médios produtores para que toda a cadeia esteja alinhada com o objetivo de aumentar a produtividade, ao mesmo tempo em que promovemos o sequestro de carbono e a conservação da biodiversidade”, afirmou.

À medida que a COP30 se aproxima, o executivo reforçou que o mundo tem voltado seus olhares para o Brasil não apenas como um fornecedor de alimentos, mas como um exemplo de agricultura regenerativa e inclusiva, combinando eficiência, inovação e práticas de conservação ambiental.

Fonte: Canal Rural.