Crédito Rural

BB soma R$ 85 bilhões em financiamentos ao agro na safra 2025/26

Nas operações exclusivamente de crédito rural, o BB desembolsou R$ 78,3 bilhões no acumulado da safra, abaixo dos R$ 96 bilhões registrados no período equivalente de 2024/25.

Edifício sede do Banco do Brasil, em Brasília. Foto: Reprodução / Estratégia Concursos.

O Banco do Brasil (BB) desembolsou aproximadamente R$ 85 bilhões em financiamentos ao agronegócio na safra 2025/26, iniciada em 1º de julho e com término previsto para 30 de junho de 2026. O valor inclui crédito rural, títulos como CPRs, crédito agroindustrial, recursos para capital de giro e operações de renegociação, com dados consolidados até o fim de novembro. O montante é inferior aos R$ 105 bilhões do mesmo período da safra anterior. As informações foram apresentadas pelo vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar, Gilson Bittencourt.

Nas operações exclusivamente de crédito rural, o BB desembolsou R$ 78,3 bilhões no acumulado da safra, abaixo dos R$ 96 bilhões registrados no período equivalente de 2024/25. Apesar da retração, o banco projeta maior equilíbrio até julho de 2026, quando encerra a safra. A instituição prevê ofertar R$ 230 bilhões em financiamentos neste ciclo. “Olhando a esteira de pedidos em análise, a expectativa é que ao fim deste mês tenhamos chegado ao teto de limite de várias linhas de crédito rural e pediremos alguns remanejamentos entre linhas”, disse Bittencourt.

O valor ofertado é 2% superior ao desembolsado em 2024/25. Do total, R$ 106 bilhões serão destinados à agricultura empresarial, R$ 54 bilhões à agricultura familiar e aos médios produtores, e R$ 70 bilhões aos negócios da cadeia de valor do agro.

Na agricultura familiar, o banco avalia que o desempenho segue dentro do esperado, assim como o Pronamp, que está próximo ao nível da safra anterior. “Na média geral, devemos cumprir com o Plano Safra nas taxas controladas”, afirmou o executivo. Na agricultura empresarial, o BB observa redução no interesse por novos investimentos, com queda estimada entre 35% e 40%, associada a juros elevados e rentabilidade em níveis históricos. “Esse é o momento de somente quem está muito bem e não está endividado fazer investimento. É um momento de reorganização do fluxo de caixa porque as taxas estão mais elevadas neste ano, portanto, aquele produtor que puder postergar o investimento na expectativa de queda da Selic, ele aproveita para reequilibrar as contas”, comentou. O custeio também registra demanda menor. “Há uma diminuição da demanda dos produtores. Efetivamente tem menor procura pelo crédito a taxas livres.”

Sobre o andamento da safra, o BB acompanha possíveis efeitos do La Niña, mas avalia quadro favorável. “A expectativa de produção, tanto do IBGE quanto da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), são positivas mostrando estabilidade da produção. A safra está andando dentro do esperado com grande parte da produção já plantada e não vemos diminuição expressiva de área”, disse Bittencourt.

O banco projeta preços e rentabilidade próximos aos níveis históricos. “Nesse cenário, áreas com alto custo de produção começam a ficar mais proibitivas”, apontou. Ele acrescentou: “A área plantada até agora está dentro do esperado, o andamento da produção está dentro do esperado e em mais algumas semanas saberemos se houve redução do pacote tecnológico, o que pode afetar a produtividade. A nossa expectativa é que não haja esse impacto.”


Fonte: Estadão.