
Representantes da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) apresentaram o projeto “Cacau Brasil Agrofloresta” durante o painel “Os Biomas Floresta Amazônica e Mata Atlântica”, promovido pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) nesta quarta-feira (19), na AgriZone.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, o projeto “Mitigação e adaptação às mudanças climáticas em sistemas agroflorestais na produção de cacau nos biomas Amazônia e Mata Atlântica” (Cacau Brasil Agrofloresta) foi lançado oficialmente em 11 de novembro, em parceria entre IICA, Ceplac e o Fundo Verde para o Clima. A iniciativa tem como objetivo detalhar o processo de desenvolvimento, estruturando ações alinhadas aos compromissos do Brasil no Acordo de Paris, considerando a crescente pressão por desmatamento na região e a necessidade de preservar a biodiversidade desses biomas.
Segundo o diretor da Ceplac, Thiago Guedes, a importância estratégica da iniciativa foi ressaltada, destacando o papel histórico e nacional da instituição na formulação de políticas públicas para o cacau. Ele afirmou: “A Ceplac está aqui para implementar com ciência, inovação e tecnologia ações que reposicionam o Brasil na liderança dos desafios climáticos”.
Guedes lembrou que a Ceplac atua há 68 anos em diversos biomas e que o projeto dialoga com uma trajetória consolidada de pesquisa, assistência técnica e integração com agricultores familiares. Ele reforçou que ampliar crédito, fortalecer a assistência técnica e investir em pesquisa são pilares essenciais para que o cacau em sistemas agroflorestais contribua para mitigar emissões, gerar renda e expandir a produção sustentável no país.
Segundo informações, a iniciativa busca reverter a tendência de desmatamento por meio do plantio direto de cacaueiros em sistemas agroflorestais (SAFs) no Pará e Bahia, utilizando tecnologias voltadas à produção sustentável. O projeto terá duração de quatro anos e contará com investimentos de US$ 31 milhões, sendo mais de US$ 23 milhões provenientes do Fundo Verde para o Clima e US$ 7,8 milhões da Ceplac. A expectativa é implantar mais de 12 mil hectares em SAFs e sequestrar cerca de cinco milhões de toneladas de carbono.
Durante a apresentação, o representante técnico da Ceplac, Fernando Teixeira, destacou que o projeto atenderá principalmente jovens e mulheres produtoras rurais. Ele enfatizou que será realizado um diagnóstico detalhado dos níveis de degradação das propriedades para orientar ações de mitigação, reforçando a importância de multiplicar bons exemplos. Teixeira também explicou que a iniciativa prevê a conexão de corredores ecológicos entre áreas de floresta, o fortalecimento da formação técnica e o acompanhamento próximo às famílias produtoras. Segundo ele, todo esse esforço contribuirá para ampliar a renda, a independência dos produtores e consolidar sistemas agrícolas sustentáveis com base no cacau.
Serão beneficiados 69 mil beneficiários na Bahia e Pará.
O projeto é uma parceria entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio da Ceplac, o IICA e o Sistema Faepa/Senar.
Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária.








