Após chuvas que impactaram as regiões produtoras de trigo no Sul do Brasil e geraram apreensão entre os agricultores, o clima mais estável no final de outubro trouxe um otimismo renovado aos agentes do mercado. Essa perspectiva é compartilhada pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
De acordo com o instituto, as condições climáticas recentes têm sido benéficas para o desenvolvimento das lavouras de trigo, que se aproximam da fase de maturação. Em relação aos preços, levantamentos do Cepea indicam uma continuidade na tendência de queda. Essa desvalorização é impulsionada pelo avanço da colheita, pelas expectativas de alta produtividade no Brasil, pela safra expressiva na Argentina, pelas cotações internacionais e pela desvalorização do dólar.
Em outubro de 2025, o preço médio do trigo comercializado no Rio Grande do Sul registrou R$ 1.138,41 por tonelada, representando uma queda de 9,6% em relação a setembro de 2025 e de 11,7% comparado a outubro de 2024, em termos reais (deflacionados pelo IGP-DI). No Paraná, o valor médio foi de R$ 1.216,53 por tonelada, com recuos de 9,7% e 15,6% nas comparações mensal e anual, respectivamente – sendo este o menor valor registrado desde outubro de 2023. Em São Paulo, as variações foram negativas em 7,5% e 24,9%, com a média caindo para R$ 1.161,58 por tonelada, o menor patamar real desde novembro de 2016. Em Santa Catarina, a média de R$ 1.263,26 por tonelada apresentou queda de 7% no mês e 13,4% no ano, marcando o menor valor desde abril de 2018.
Fonte: Canal Rural.
