
O cenário do mercado lácteo global aponta para uma pressão acentuada nos preços até 2026, conforme um estudo aprofundado da StoneX, renomada empresa de serviços financeiros. O relatório, divulgado durante o webinar “Mercado de Lácteos: Panorama e Oportunidades até o final de 2025”, projeta um ambiente de oferta excedente em contraponto a uma demanda mais contida, impactando diretamente a rentabilidade dos produtores brasileiros.
A análise da StoneX indica que a contínua produção robusta em importantes países exportadores, como Estados Unidos, União Europeia e Argentina, tenderá a manter os preços internacionais em trajetória descendente. Essa dinâmica afeta integralmente o valor pago pelo leite aos produtores no Brasil, que já lida com os desafios adicionais impostos pela concorrência das importações, representando aproximadamente treze por cento do consumo do país.
Pressão sobre os preços
Nos Estados Unidos, a produção de leite tem superado consistentemente a demanda, impulsionada por avanços genéticos e investimentos estratégicos em infraestrutura de processamento. Nate Donnay, Diretor de Inteligência de Mercado de Laticínios da StoneX, ressaltou que “o aperto nas margens deve começar no fim de 2025, com queda nos preços do leite e aumento no abate de vacas”.
A União Europeia enfrenta um panorama semelhante, com surtos da doença língua azul impactando negativamente a prenhez em nações como Alemanha e França.
No Brasil, observa-se uma tendência de queda nos preços do leite, atribuída, em grande parte, à pressão exercida pelas importações. A consultora Marianne Tufani, da StoneX, explicou que “quando o leite importado fica mais barato, o produto nacional perde espaço e o preço cai”, um efeito que se agrava devido à baixa elasticidade do mercado. A relação de troca entre o litro de leite e a arroba da vaca gorda também se mostra desfavorável, especialmente em regiões como São Paulo e Goiás.
Expectativas para 2026
Segundo projeções da StoneX, a expectativa é de uma recuperação gradual das margens apenas a partir de 2026, com melhorias mais associadas à redução dos custos de produção do que a uma valorização expressiva do produto. A safra recorde de milho no Brasil, somada aos estoques expressivos nos Estados Unidos, deve contribuir significativamente para a diminuição dos custos de nutrição animal.
Entretanto, as condições climáticas representam um fator de risco considerável. Uma intensificação do fenômeno La Niña poderia desencadear estiagens severas no Sul do Brasil, impactando tanto os custos de produção quanto a produtividade. Embora a inflação de alimentos tenha apresentado uma desaceleração, o consumo interno continua a avançar de forma moderada, em virtude do endividamento das famílias, que alcança patamares de sessenta por cento em algumas áreas.
Tufani também mencionou a influência de um impulso sazonal no final do ano, mas alertou que “a sustentabilidade desse consumo ainda depende da confiança do consumidor e do cenário macroeconômico”. O viés de baixa para o preço do leite deve persistir até o primeiro trimestre de 2026, conforme a análise da StoneX, mantendo a oferta global elevada como um dos principais vetores de pressão.
Com informações de: canaldocriador.com.br.
Publicado com auxílio de inteligência artificial e revisão da Redação Agrozil.
Fonte: Canal Rural.






 
							   
							  

 
									



