
Durante os debates e painéis da COP30, a insegurança alimentar e os impactos das mudanças climáticas nos sistemas produtivos ganharam destaque, especialmente quando relacionados às comunidades indígenas e à gestão sustentável de seus territórios. Nesse contexto, ocorreu nesta quarta-feira (19/11), na AgriZone, o lançamento do documentário Hanama.
Importância do documentário segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária
Durante o lançamento, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou a relevância da obra para conscientizar a sociedade e ampliar o entendimento sobre o papel das comunidades indígenas na produção sustentável.
Segundo o Ministério, Fávaro afirmou que “o documentário Hanama cumpre um papel fundamental ao mostrar a realidade das comunidades indígenas brasileiras sem estereótipos, com profundidade e respeito. Ele revela como os povos tradicionais têm construído soluções próprias, sustentáveis e inovadoras para enfrentar desafios como a insegurança alimentar e a adaptação às mudanças climáticas”.
Trajetória dos povos indígenas e produção sustentável
A produção retrata a trajetória dos povos Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki desde o início dos anos 2000, quando identificaram o potencial agrícola de suas terras como caminho para superar a insegurança alimentar e melhorar as condições de saúde e bem-estar das aldeias. Por meio do cultivo de soja, milho e feijão, organizado pela Cooperativa Agropecuária Coopihanama, as comunidades desenvolveram um modelo próprio de agricultura mecanizada, que concilia produtividade com conservação, mantendo mais de 98% do território preservado e utilizando menos de 2% para cultivo.
Licença de operação e apoio institucional
Em outubro de 2025, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com apoio dos Ministérios dos Povos Indígenas, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e da Agricultura e Pecuária, concedeu a licença de operação para que os povos indígenas pudessem produzir legalmente em suas terras. A medida facilitou o acesso a financiamentos públicos e privados com juros mais baixos, além de promover a exportação de produtos e a comercialização em todo o território nacional.
Valorização dos povos indígenas na agenda climática
Segundo Fávaro, a COP30 marca um ponto de virada na valorização dos povos indígenas no debate climático e produtivo. “Esta conferência nos lembra que o futuro passa pelo reconhecimento da capacidade produtiva e pela valorização do conhecimento dos povos indígenas. Tenho certeza de que estamos construindo um legado importante e duradouro”, afirmou.
Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária.








