Produção de uva no RS prevê aumento de 50 milhões de quilos em relação à safra passada

Safra de uva do RS projeta alta de 50 milhões de quilos impulsionada por inverno rigoroso e clima favorável. Produtores otimistas com potencial para atender demanda crescente por vinhos leves.

Uva
Foto: Rafael Mingoti

A safra de uva no Rio Grande do Sul para 2025/26 traz um panorama de otimismo entre os produtores. A projeção do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS) indica um aumento significativo na produção, com a expectativa de colher 50 milhões de quilos a mais em comparação com a temporada anterior.

Luciano Rebellato, presidente do Consevitis-RS, estima que o ciclo atual (2024/25) resulte em 750 milhões de quilos de uva. Para 2026, a previsão é ainda mais promissora, com uma colheita estimada em cerca de 800 milhões de quilos.

Rebellato também destaca que o planejamento do setor visa atender à demanda crescente por vinhos mais leves, como os brancos e jovens, que têm conquistado o paladar dos novos consumidores.

O inverno rigoroso deste ano é considerado o principal fator para essa perspectiva positiva, conforme aponta Henrique Pessoa dos Santos, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Uva e Vinho.

“Tivemos um inverno excelente, com o acúmulo de frio dentro da normalidade climática, que é de aproximadamente 390 horas de frio, onde a temperatura se mantém abaixo ou igual a 7.2ºC. Neste inverno, registramos 395 horas de frio, um número ideal para que as videiras apresentem um bom potencial de brotação, com uniformidade e gemas férteis. Estamos agora na fase de florescimento das cultivares”, explica Santos.

Ele acrescenta que, nesta primavera, período crucial para a brotação, as videiras demonstram alta fertilidade e formação abundante de cachos.

Pouca chuva não deve interferir

videiras RS - produção de uva
Foto: Viviane-Zanella/ Embrapa Uva e Vinho

O pesquisador enfatiza que a previsão de baixa pluviosidade para dezembro e janeiro é um fator favorável, pois a uva, nesse estágio, necessita de menor quantidade de água e de um clima mais seco.

Santos adverte, porém, que a grande variação de temperatura entre o dia e a noite, associada ao clima seco imposto pelo fenômeno La Niña, pode impactar negativamente a fertilidade, resultando em menos bagas por cacho.

É importante salientar que, com a colheita ainda a alguns meses de distância, os números definitivos podem sofrer ajustes.

“Ainda assim, não há grandes preocupações no setor quanto a fatores que possam influenciar negativamente, como o preço do quilo de uva. A expectativa é de que toda a safra seja absorvida e transformada em produtos de alta qualidade, como nossos sucos, vinhos e espumantes”, conclui Rebellato.

Fonte: Canal Rural.