Combustíveis e Energia

Biogás de cana-de-açúcar ganha escala no Brasil

A matriz energética brasileira tem se tornado cada vez mais verde graças à evolução do setor sucroenergético.

Usina de biogás. Foto: Reprodução/UNICA.

A matriz energética brasileira tem se tornado cada vez mais verde graças à evolução do setor sucroenergético. Além de fornecer etanol e bioeletricidade, este setor tem ampliado seu espectro com a produção de biogás, precursor do biometano, uma alternativa ao gás natural com pegada de carbono consideravelmente menor.

De acordo com a Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), a previsão é de que 65 novas plantas de biometano sejam inauguradas nos próximos cinco anos, somando-se às mais de 750 já existentes. “O biogás já foi a tecnologia do futuro, mas hoje é uma realidade e está sendo produzida. Há diversos investidores focados nessa indústria, que está pronta para operar.” É o que diz Tamar Roitman, gerente executiva da ABiogás.

No centro desta transformação estão usinas como Adecoagro, Cocal, Tereos e Raízen. Em Junho, a Cocal recebeu a certificação RenovaBio pela produção sustentável de biometano, tornando-se a primeira usina a receber tal reconhecimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Ao contrário da bioeletricidade, o biogás é produzido a partir da palha, vinhaça e torta de filtro, resíduos da cana-de-açúcar. Esse biocombustível é 100% renovável e pode substituir o diesel e o gás natural, reduzindo as emissões de CO2 em até 95%.

Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2032), cerca de 20% da demanda de diesel puro do setor agropecuário poderia ser suprida pelo biometano. Em números, o potencial de biogás no setor sucroenergético brasileiro é de aproximadamente 10,8 milhões de metros cúbicos por ano.

A Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) relata que a capacidade de geração de energia elétrica a partir do biogás cresceu de 2.455 MW em 2000 para 21.574 MW em 2022. A Alemanha, EUA, Reino Unido, Itália, China, França e Brasil abrigam mais de 70% das plantas de produção de energia elétrica a biogás do mundo.


Fonte: UNICA.