O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou o lançamento de uma nova linha de crédito destinada à instalação de fábricas voltadas à produção de hidrogênio verde para o mercado interno. Além disso, o banco também planeja financiar usinas de grande porte com foco na exportação do produto.
Inicialmente, a nova linha do BNDES se concentrará em projetos de menor escala, com um investimento total aproximado de R$ 400 milhões. Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, dois pedidos de financiamento já estão em processo de avaliação pela equipe técnica do banco e devem ser aprovados nos próximos 12 meses.
Um dos principais diferenciais desta nova linha de crédito são os juros extremamente baixos, conforme destacou Solange Vieira, diretora de Garantia a Infraestrutura da instituição. Ela explicou que o financiamento será baseado na Taxa de Longo Prazo (TLP) “careca”, o que significa que a taxa final aplicada será praticamente idêntica à de referência. Isso será viabilizado em parte pelo aporte de recursos do Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, e gerido pelo BNDES.
Apesar dos desafios, o Brasil demonstra potencial para competir na produção de hidrogênio verde. Um estudo da consultoria McKinsey revela que até julho de 2021, havia 359 projetos globais para a produção em grande escala, totalizando US$ 150 bilhões em investimentos. No Brasil, estima-se que serão necessários US$ 200 bilhões ao longo dos anos para estabelecer uma cadeia produtiva.
Entretanto, persistem desafios tecnológicos a serem superados na produção. O processo de eletrólise da água precisa ser aprimorado para consumir menos energia, e é crucial desenvolver soluções para armazenamento e transporte. Atualmente, o preço do hidrogênio cinza é de US$ 2 por quilo, enquanto o verde oscila entre US$ 5 e US$ 8 por quilo. Conforme estimativas da McKinsey, o preço do hidrogênio verde produzido no Brasil pode chegar a US$ 1,50 por quilo em 2030.
Cabe mencionar que a ENGIE firmou no ano anterior um Memorando de Entendimentos (MoU) com o governo do Ceará para desenvolver um projeto de hidrogênio verde na região do Porto de Pecém. Com isso, a empresa se une a outras organizações interessadas em exportar hidrogênio verde a partir da instalação de plantas em portos estratégicos, como o porto cearense.
Fonte: Além da Energia.