
A estatal chinesa Cofco realizou, nesta quarta-feira (29/10), a aquisição de soja proveniente dos Estados Unidos, interrompendo um período de quase cinco meses sem compras da nação norte-americana. Os embarques totalizam aproximadamente 180 mil toneladas, com entrega programada entre dezembro e janeiro, marcando as primeiras aquisições da nova safra americana.
Este movimento reacendeu as expectativas de um novo entendimento comercial entre Pequim e Washington. O analista de agronegócio Carlos Cogo avalia que um acordo representa o “caminho natural” após a recente aproximação entre os dois países.
“A China dispõe de duas alternativas. Pode replicar o que ocorreu na fase 1 do acordo com o governo Trump, estabelecendo compromissos de compra por cotas ou volumes, ou pode optar pela redução da tarifa de importação, atualmente em 34% sobre a soja americana. Se essa tarifa for reduzida para 10% ou 3%, patamares similares aos pagos pelo Brasil, todos os exportadores retornarão à competição em condições equânimes”, explicou Cogo.
Preços futuros e prêmios no Brasil
De acordo com o analista, os preços futuros em Chicago já demonstraram reação à perspectiva de um novo acordo, registrando uma alta média de 5% desde sexta-feira. Caso as negociações avancem, os preços tendem a manter-se firmes, enquanto os prêmios brasileiros podem sofrer uma queda, tornando-se negativos no primeiro semestre de 2026, um cenário considerado usual para o período.
Brasil mantém protagonismo, mas com ajustes
Apesar da reaproximação entre os dois países, o Brasil deve permanecer como o principal fornecedor para a China. “Os Estados Unidos terão uma janela de oportunidade restrita, compreendendo novembro, dezembro e parte de janeiro, para realizar embarques de soja para a China.
Em janeiro, o Brasil inicia a sua colheita e recupera a competitividade, com a consequente redução dos prêmios. A dinâmica se altera ligeiramente, mas o protagonismo brasileiro permanece”, avaliou o analista.
Fonte: Canal Rural.








