Produtores buscam alternativas acessíveis e flexíveis para financiar investimentos, diz a empresa
O segmento de consórcios agrícolas têm se tornado alternativa em expansão no Brasil e o grupo Rodobens, que atua nos setores automotivo, financeiro e imobiliário, registrou que atingiu uma alta de 18% no segmento agro no primeiro semestre de 2024.
A empresa informou também que, além das cotas de consórcio, cresceu 27% em créditos para caminhões devido ao aumento da demanda nos primeiros seis meses do ano em comparação com o mesmo período de 2023.
“Os números confirmam que os consórcios são uma importante ferramenta financeira no agronegócio, atraindo cada vez mais produtores rurais que buscam alternativas acessíveis e flexíveis para financiar seus investimentos”, disse Sebastião Cirelli, Diretor de Consórcio da Rodobens.
Conforme a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), apenas em 2023, o volume de créditos para veículos pesados e maquinários agrícolas cresceu cerca de 20% em comparação com o ano anterior. “Além disso, os consórcios para imóveis rurais também apresentaram crescimento, com maior adesão na aquisição de terras e infraestrutura, assim como na diversificação de bens, incluindo sistemas de irrigação, silos de armazenamento e outros itens de modernização agrícola”, descreveu o grupo na nota de mercado.
A demanda no Brasil se direciona a partir de características regionais, menciona a empresa. No Centro-Oeste, Mato Grosso e Goiás se destacam na aquisição de tratores e colheitadeiras. A região Sul é forte em maquinários e infraestrutura rural, enquanto no Sudeste, São Paulo e Minas Gerais investem em maquinário agrícola, em terras e equipamentos de processamento. No Nordeste, Bahia e Maranhão são os principais Estados na adesão de consórcios para sistemas de irrigação e maquinário, e na região Norte, Pará e Tocantins focam em equipamentos agrícolas.
Atualmente, a região Sudeste concentra a maioria dos clientes do grupo, respondendo por 38,8% do total, dos quais 28,8% são do Estado de São Paulo, detalhou Cirelli.
Tendências
Segundo o levantamento da Rodobens, os consórcios agrícolas têm mostrado algumas tendências emergentes, como a digitalização, customização de planos adaptados às necessidades específicas dos produtores e a expansão para infraestrutura e insumos agrícolas. Entre os destaques estão os consórcios “verdes e sustentáveis”.
“As práticas de ESG exercem uma influência crescente na oferta de consórcios no agronegócio, à medida que tanto os produtores quanto as administradoras buscam alinhar suas operações e produtos com princípios de sustentabilidade, responsabilidade social e boa governança”, descreveu Cirelli.
Esses consórcios são projetados para atender produtores que desejam investir em práticas agrícolas integradas a modelos de manejo sustentáveis, que vão desde transição energética, irrigação e maquinário com menor impacto ambiental. “Além disso, políticas públicas e incentivos governamentais voltados para a sustentabilidade também têm impulsionado esse mercado”, afirmou o diretor.
Para o especialista, consórcios específicos para tecnologias e equipamentos sustentáveis também atraem produtores por oferecerem produtos alternativos para investir em inovações.