Infraestrutura Logística

Multimodal do Vale do Parnaíba: a logística que vai facilitar as exportações piauienses

O Multimodal do Vale do Parnaíba envolverá os sistemas rodoviário, hidroviário, ferroviário e portos, tornando o deslocamento mais prático e barato, atraindo também indústrias

Sistema de Transporte Multimodal do Vale do Parnaíba.

O Piauí tem emergido como um dos gigantes da produção agrícola nacional, com destacada posição na produção de grãos. Especificamente, a soja tem encontrado no cerrado piauiense um terreno fértil, elevando o Piauí ao posto de terceiro maior produtor da região nordeste.

Os resultados impressionantes colocam o estado em destaque na paisagem do MATOPIBA, uma área agrícola que engloba também Maranhão, Tocantins e Bahia, e que, em 2021, foi responsável por 12,2% da produção nacional de soja.

Contudo, para garantir que essa ascendente curva de produção seja sustentável e rentável, é crucial uma infraestrutura de igual proporção.

Em 2023, sob a liderança do governador Rafael Fonteles, o Piauí tem mostrado uma visão de futuro, trabalhando para melhorar e expandir a infraestrutura agrícola do estado. Um plano ambicioso de infraestrutura logística multimodal foi pensado para o Piauí, visando otimizar o escoamento da produção agrícola para o mercado internacional.

Esse projeto estratégico foi denominado Multimodal do Vale do Parnaíba, projetado para integrar diferentes modos de transporte rodoviário, hidroviário, ferroviário e portuário.

O plano como um todo é uma ideação, que consiste no processo para formar ideias e conceitos em busca de resolver um problema em específico. Neste caso, o problema é a fraca infraestrutura logística atual, e o Multimodal do Vale do Parnaíba a ideia para solucionar esse problema.


O que é o sistema de transporte multimodal?

No contexto de logística, “multimodal” refere-se ao transporte da produção usando vários métodos de transporte (como caminhões, trens, navios e aviões) na mesma rede de suprimentos.

Uma operação logística multimodal pode envolver a coleta de um produto de uma fábrica usando um caminhão, levando-o a um porto, enviando-o por mar até outro porto e, em seguida, distribuindo-o para lojas de varejo usando outro caminhão.


Sistema de Transporte Multimodal do Vale do Parnaíba

A implementação do Multimodal do Vale do Parnaíba engloba quatro diferentes modais de transporte. A seguir, serão descritos cada um desses modais, juntamente com suas estimativas de custos e o cronograma previsto para a implementação.


Rodovias

Anel Rodoviário da Soja.

Na frente rodoviária, o plano prevê a conclusão do Anel Rodoviário da Soja, com uma extensão total de aproximadamente 1.155 Km, que abriga a maior região produtora de grãos do Estado do Piauí.

O anel engloba rodovias estaduais e a Rodovia federal BR-330, localizadas no sudoeste do Piauí, uma região que faz parte do MATOPIBA. De sua extensão total, 95% já está implantado e 44% conta com pavimentação asfáltica.

Dos R$ 1,4 bilhão requeridos para completar o anel, uma série de acordos com a União e emendas parlamentares já garantiram cerca de R$ 1,13 bilhão, com o restante a ser coberto pelo estado.

Adicionalmente, o Anel conta ainda com trecho de 236 km da Rodovia PI-397 (Transcerrados) que é objeto de Concessão/PPP, onde será investido um total de R$ 650 milhões, da iniciativa privada, no período de 30 anos.


Hidrovia

Hidrovia do Parnaíba.

No setor hidroviário, a ideação mais ousada, propõe-se a implementação da Hidrovia do Parnaíba, um projeto de R$ 756,8 milhões que interligará os terminais rodo-hidroviários de Ribeiro Gonçalves e Uruçuí até o terminal hidro-ferroviário de Teresina.

A hidrovia aumentará a competitividade dos produtos da região do MATOPIBA, reduzirá a degradação ambiental e possibilitará a recuperação/preservação das margens dos rios. Além disso, os terminais serão implantados com um investimento privado estimado em R$ 717,7 milhões. No total, serão investidos aproximadamente 1,47 bilhão de reais.


Ferrovia

Ferrovia Teresina – Luís Correia.

O plano também inclui a reativação da ferrovia de Teresina até o Porto de Luís Correia, um trecho de aproximadamente 360 km. Esta etapa visa reduzir os custos de frete, aumentar a competitividade e garantir maior segurança às cargas, contribuindo também para a sustentabilidade ambiental.

Além do escoamento da produção de grãos, a ferrovia possibilitará o transporte de minérios extraídos na região norte do estado.

A ideação é que o projeto seja financiado com recursos privados na ordem de R$ 1,52 bilhão. As tratativas para a execução das obras já estão em andamento.


Porto

Porto de Luís Correia.

Por último, o plano inclui a reestruturação do Porto de Luís Correia, com um investimento previsto de R$ 1,32 bilhão. Sete novos terminais serão construídos, incluindo terminais para grãos, combustíveis, fertilizantes, minérios, cabotagem e passageiros.

O estado dará início às intervenções com a construção do Terminal Pesqueiro, com um investimento total de R$ 200 milhões.