O momento é delicado para os produtores de feijão-preto, que enfrentam preços deprimidos mesmo com exportações em alta. Apesar do valor mínimo estabelecido por lei, muitos agricultores relatam descrença quanto à sua efetividade. Diante disso, representantes do setor sugerem medidas concretas, como a formação de estoques reguladores, que poderiam ajudar a equilibrar o mercado e proteger os produtores de prejuízos mais severos.

Segundo lideranças agrícolas, este seria o momento ideal para que federações e cooperativas dos estados do Sul articulem, junto ao governo federal, a liberação de recursos destinados à compra e armazenagem do produto. A medida, além de dar suporte aos preços, contribuiria para reduzir os impactos de um excedente que pressiona os valores pagos aos produtores.
Outra proposta em discussão envolve o redirecionamento das compras públicas. Como o feijão-carioca mantém preços mais firmes, enquanto o feijão-preto enfrenta excesso de oferta, a sugestão é priorizar o feijão-preto nas aquisições governamentais. Isso incluiria cestas básicas, programas sociais, escolas, presídios e unidades militares, otimizando recursos públicos e estimulando a demanda interna por uma variedade em situação crítica.
Essa recomendação será formalmente apresentada à CONAB, por meio da Câmara Setorial. No entanto, como a Companhia Nacional de Abastecimento já não está subordinada ao MAPA, a negociação pode envolver maior complexidade institucional. Enquanto isso, mesmo com exportações acumuladas de 17 mil toneladas, os preços seguem pressionados, e há produtores preocupados com novas indicações de valores abaixo de R$ 150 para a próxima safra.