A safra 2025/26 de cana-de-açúcar no Brasil deve alcançar 663,4 milhões de toneladas, uma redução de 2% em relação ao ciclo anterior, segundo o 1º Levantamento da Conab. A área destinada à cultura permanece praticamente estável, com leve alta de 0,3%, totalizando 8,79 milhões de hectares. Já a produtividade média dos canaviais está estimada em 75.451 quilos por hectare, com queda de 2,3%, reflexo das condições climáticas desfavoráveis enfrentadas em 2024.

A região Sudeste, principal produtora do país, é a maior responsável pela retração, com previsão de colher 420,2 milhões de toneladas, 4,4% a menos que na safra anterior. Em estados como São Paulo, a combinação de estiagem, altas temperaturas e focos de incêndio impactou negativamente o rendimento, reduzindo a produtividade média em 3,3% e levando a uma menor área colhida. No Centro-Oeste, a produção deve crescer 2,1%, impulsionada pela expansão de área, que compensa a leve queda de produtividade. Já nas regiões Sul, Norte e Nordeste, a perspectiva é de aumento na produção, com destaque para o avanço de 3,6% no Nordeste.
Apesar da menor oferta de matéria-prima, a produção de açúcar deve atingir um novo recorde, com 45,9 milhões de toneladas, consolidando a competitividade brasileira no cenário internacional, diante da redução da oferta prevista em grandes produtores como Índia e Tailândia. Por outro lado, a produção total de etanol tende a cair 1%, com retração de 4,2% no etanol de cana. A queda, no entanto, será parcialmente compensada pelo aumento de 11% na produção a partir do milho.
A demanda interna por etanol continuará condicionada à paridade com a gasolina e às políticas de preços dos combustíveis. O avanço da produção de etanol de milho segue como tendência, com expansão da capacidade industrial, diversificação da matriz energética e maior segurança na oferta, especialmente em períodos de menor disponibilidade de etanol de cana.