Agricultura

Café canéfora tem zoneamento de risco climático atualizado

Essa atualização resulta da melhoria na metodologia de zoneamento e da incorporação de novos conhecimentos sobre a cultura do café canéfora nos últimos dez anos, desde a última edição do Zarc em 2010.

Foto: Embrapa

O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) divulgou as Portarias nº 6 e nº 7, que trazem a versão atualizada do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para o café canéfora. Este zoneamento, elaborado por especialistas da Embrapa, define regiões e épocas de cultivo em classes de risco climático, proporcionando informações cruciais para o setor agrícola. Os dados já estão disponíveis no site do ministério.

O Zarc para o café canéfora é composto por dois estudos. O primeiro identifica os municípios com menor risco para o ciclo anual de produção considerando o cafezal estabelecido e em produção. Já o segundo estudo define as épocas de menor risco para a implantação do cafezal, considerando o plantio de mudas.

Uma novidade importante é a avaliação de riscos climáticos considerando o sistema de classificação de solo em 6ADs, que determina a capacidade de água disponível para a planta. Além disso, o zoneamento diferencia entre sistemas de produção (sequeiro e irrigado), oferecendo especificações mais detalhadas para consulta.

Essa atualização resulta da melhoria na metodologia de zoneamento e da incorporação de novos conhecimentos sobre a cultura do café canéfora nos últimos dez anos, desde a última edição do Zarc em 2010. A região de cultivo dessa variedade, que inclui estados como Espírito Santo, Rondônia e Bahia, conta com 11 municípios em dez estados.

Os cafés robusta e conilon, variedades botânicas da espécie canéfora, respondem por 30% da produção de café no Brasil. Em 2023, o faturamento bruto desses cafés atingiu R$ 11,75 bilhões, representando 24% do valor total do faturamento dos Cafés do Brasil, que alcançou R$ 49,37 bilhões. A produção de canéfora ocupou quase 400 mil hectares na safra 2022/2023, resultando em cerca de 16,2 milhões de sacas de café beneficiado, segundo a Conab.

As variedades clonais da espécie canéfora, desenvolvidas pela Embrapa Rondônia, têm experimentos em locais como Acre e Roraima, indicando uma expansão potencial da área de cultivo e a conquista de mercados internacionais. Em 2021, os Robustas Amazônicos receberam a denominação de origem pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), destacando suas características únicas e promovendo a produção sustentável.

O setor produtivo contribuiu para a validação do zoneamento, participando de duas reuniões de validação realizadas com produtores de diferentes regiões. Essa colaboração visa garantir que o estudo leve em consideração as experiências práticas e desafios enfrentados pelos agricultores, resultando em informações confiáveis para o planejamento agrícola e a redução de riscos.

Para facilitar o acesso às informações do Zarc, a Embrapa Agricultura Digital desenvolveu o aplicativo gratuito Zarc Plantio Certo. Disponível para Android e iOS, o aplicativo oferece uma interface fácil de usar e fornece indicações de taxas de risco para perdas por eventos meteorológicos adversos, conforme as épocas de plantio e para diversas culturas, incluindo o café canéfora.


Fonte: MAPA