A pesquisa mostrou que o potencial de poluição da cultura da cana-de-açúcar no Brasil é substancialmente inferior ao previamente estimado. Os cientistas realizaram uma análise da contaminação de recursos hídricos por escoamento proveniente dessa atividade agrícola. Eles mediram a presença de três moléculas específicas: uma de nitrato e duas de herbicidas conhecidos (diuron e hexazinone).
Até então, a estimativa convencional era que 10% do nitrato e 1% dos herbicidas seriam perdidos após sua aplicação. No entanto, os testes conduzidos na pesquisa revelaram que as perdas reais de nitrato são de aproximadamente 5%, o que é metade do que os padrões empíricos estimavam. Isso indica que as estimativas anteriores eram exageradas em quase o dobro da realidade.
Essa descoberta tem implicações significativas para práticas agrícolas mais sustentáveis e eficientes, podendo influenciar desde políticas públicas até estratégias individuais de manejo de solo e uso de insumos. Além disso, a pesquisa contribuiu para determinar quanto desses insumos se perde após a aplicação, quantificando o volume não retido pelo sistema agrícola.
Os cientistas utilizaram a pegada hídrica cinza como um indicador ambiental, que auxilia na quantificação do potencial de contaminação por poluentes e fornece dados mais precisos sobre o impacto ambiental. A pesquisa mostra que a pegada hídrica cinza é menor do que se pensava, o que tem implicações positivas para a agricultura sustentável e a gestão de recursos hídricos.
Fonte: Embrapa
