A edição de setembro da revista Hortifruti Brasil, publicação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, dedica, pela primeira vez, uma matéria de capa exclusiva sobre o morango. A equipe da revista apresenta o cenário econômico da cultura e uma avaliação sobre a rentabilidade no Sul de Minas, que é o maior polo produtor da fruta do Brasil.
Segundo pesquisadores da HF Brasil, dentre as restritas opções de produção de hortifrútis economicamente viáveis para o agricultor familiar de pequena escala está o morango. Dados do Censo Agropecuário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2017, mostram que a fruta é predominantemente produzida por agricultores com menos de 10 hectares, e o módulo mais comum de cultivo do morango é de 0,5 a 1 hectare.
A área reduzida se deve ao fato de a cultura exigir intensa mão de obra no plantio, no manejo e na colheita – a mecanização é pouco expressiva na atividade –, contexto que limita a produção em alta escala. Por outro lado, o morango permite uma agregação de valor importante ao agricultor. Apesar de o custo de produção ser alto, a demanda pela fruta está em ascensão, impulsionada por suas características funcionais e organolépticas.
Pesquisadores da HF Brasil ressaltam que, como o ciclo da cultura é longo (varia de um a três anos, sendo, portanto, praticamente semiperene) e a colheita se inicia dois meses após o plantio, o agricultor consegue gerar um fluxo de caixa contínuo. Em média, o produtor de morango vem registrando renda positiva nos últimos anos, já que períodos de baixos preços são compensados por valores mais elevados dentro de um mesmo ciclo. Essa lucratividade e o uso de variedades que permitem a colheita o ano todo (cultivares de dia neutro), em detrimento das de dia curto, são fatores que vêm contribuindo para a expansão da cultura.
Fonte: Cepea