Economia

Dólar se estabiliza ante o real à medida que investidores analisam dados do IPCA

O dólar à vista rondava a estabilidade nas negociações desta terça-feira (11/06), à medida que os investidores nacionais analisavam dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados na abertura do mercado de câmbio, e aguardavam a decisão de política monetária do Federal Reserve, na quarta-feira. Às 9h41, o dólar à vista subia …

O dólar à vista rondava a estabilidade nas negociações desta terça-feira (11/06), à medida que os investidores nacionais analisavam dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados na abertura do mercado de câmbio, e aguardavam a decisão de política monetária do Federal Reserve, na quarta-feira.

Às 9h41, o dólar à vista subia 0,09%, a 5,3613 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento avançava 0,01%, a 5,364.5 reais na venda.

“Mercado abrindo em relativa estabilidade após alguns dias de alta volatilidade, com a divisa norte-americana se aproximando da máxima anual”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.

“Hoje o dia tende a uma menor volatilidade, considerando os dados importantes a serem divulgados amanhã, podendo haver inclusive uma correção leve da alta que observamos nos últimos dias”, acrescentou.

Nesta semana, os mercados estão atentos à divulgação de importantes dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos e da decisão de política monetária do Federal Reserve, que devem moldar as expectativas dos investidores sobre o futuro das taxas de juros globais.

Abrindo a série de dados da semana, o IBGE divulgou nesta terça-feira que o IPCA subiu acima do esperado em maio, a 0,46%, ante 0,38% no mês anterior. Especialistas consultados pela Reuters esperavam uma aceleração para 0,42%.

Na base anual, o índice acelerou para 3,93%, ante 3,69% em abril, em valor também acima das expectativas de economistas, que projetavam alta de 3,89%.

O resultado, influenciado pelas enchentes que têm afetado o Rio Grande do Sul no último mês, pode reforçar a recente preocupação demonstrada por membros do Banco Central com a desancoragem das expectativas de inflação para o fim deste ano e dos próximos.

Em sua última reunião, o BC reduziu o ritmo de afrouxamento da taxa Selic, agora em 10,50% ao ano, com um corte de 0,25 ponto percentual, após entregar seis cortes consecutivos de 0,50 ponto. Em sua decisão, o BC citou o aumento das incertezas no cenário externo e doméstico. A autarquia também retirou sua orientação futura para os próximos encontros.

O Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá novamente na próxima semana.

Uma Selic mais alta no Brasil torna o real mais atraente para uso em estratégias de “carry trade”, em que investidores tomam empréstimos em países com taxas baixas e aplicam os recursos em mercados mais rentáveis, de forma a lucrar com o diferencial de juros.

Os investidores nacionais também continuam atentos ao compromisso do governo com as contas públicas, à medida que o Executivo segue em busca de medidas para elevar a arrecadação federal e zerar o déficit primário neste ano.

No cenário externo, o Departamento de Trabalho dos EUA divulgará na quarta-feira dados de preços ao consumidor, com expectativa de analistas consultados pela Reuters de desaceleração em direção a uma alta de 0,1% ao mês, ante o ganho de 0,3% em abril.

No mesmo dia, o Fed deve manter sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50%, uma vez que as autoridades permanecem cautelosas com a trajetória da inflação de volta à sua meta de 2%.

Nesta manhã, o dólar subia ante as divisas fortes no exterior e ante boa parte das moedas de emergentes e exportadores de commodities.

Às 10h07, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,15%, a 105,300.

Na segunda-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,3565 reais na venda, em alta de 0,60%, atingindo seu maior valor de fechamento desde 4 de janeiro de 2023.