
Um expressivo ciclone extratropical se formou no Sul do Brasil entre sexta-feira (7) e sábado (8), trazendo consigo tempestades severas, ventania intensa e potencial para grandes transtornos. O fenômeno, associado a uma frente fria, colocou estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste em estado de alerta.
De acordo com Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo, o sistema pode gerar rajadas de vento que atingem a marca de 100 km/h, com maior intensidade em áreas litorâneas e serranas.
Trajetória prevista
A especialista detalha que uma área de baixa pressão atmosférica sobre a Argentina e o Paraguai intensificou-se a partir da tarde de quinta-feira (6), dando início à organização do ciclone. O fenômeno ganhou força no dia seguinte e consolidou-se entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Durante a madrugada e ao longo de sábado, o centro do ciclone avançou em direção ao litoral catarinense, deslocando-se sobre o mar em curso à costa paulista e fluminense. No domingo, o sistema já se encontrava sobre o oceano, entre o litoral do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, ainda exercendo influência sobre o Sudeste.
Regiões em alerta
Na região Sul, os ventos mais fortes foram registrados entre sexta e sábado. Rajadas com velocidades entre 60 km/h e 85 km/h foram esperadas na maior parte da área, com potencial para ultrapassar os 100 km/h nas serras. A Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu alerta para o risco de tornados em áreas do Noroeste e Norte do estado.
No Sudeste, o pico de risco foi no sábado (8), com ventania afetando principalmente o sul e o leste de São Paulo, o litoral paulista, o Vale do Paraíba, o Rio de Janeiro e o Sul de Minas Gerais.
O Centro-Oeste também sentiu os efeitos, com destaque para o Mato Grosso do Sul, onde as rajadas poderiam alcançar 85 km/h. Em Goiás e no Distrito Federal, o impacto foi menos severo, mas ainda com ventos de até 60 km/h e pancadas de chuva isoladas.
Pegorim ressaltou cenários de perigo, como ventania intensa mesmo na ausência de chuva, associada a nuvens cumulonimbus que podem gerar microexplosões, tornados e ventos com potencial destrutivo. Diante dessa probabilidade, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul já havia emitido alerta para risco de tornados nas regiões Noroeste e Norte do estado na sexta-feira (7).
Consequências para o litoral e o mar
No litoral sul, a ventania causou danos a coberturas de quiosques, estruturas leves e até embarcações de pequeno e médio porte. Marinhas e portos precisaram se preparar, especialmente no sábado (8), quando o risco de ventos severos era maior, com impactos previstos para balsas na Baixada Santista, no canal de São Sebastião (SP), e em portos do litoral do Rio de Janeiro.
No Espírito Santo, a previsão apontava rajadas entre 50 km/h e 70 km/h no sábado (com ventos de norte/nordeste), e ventos de 70 km/h vindos do sul/sudoeste no domingo (9). A ventania na Serra do Mar, no Paraná, São Paulo e sul do Rio de Janeiro, com potencial para superar 100 km/h, gerou risco de queda de árvores e transtornos para motoristas em rodovias serranas.
Tempestades, raios e granizo
A formação massiva de nuvens cumulonimbus entre os dias 7 e 9 de novembro culminou em temporais com chuva forte, descargas elétricas (raios) e até granizo. No Sul, a maior parte da precipitação ocorreu na sexta-feira, concentrada no interior, enquanto no sábado, as áreas litorâneas foram mais afetadas por chuvas intensas.
No Sudeste, os temporais iniciaram na sexta à noite em São Paulo, estenderam-se no sábado para Minas Gerais e Rio de Janeiro, e se intensificaram no domingo, especialmente no leste de Minas e no Espírito Santo.
Em Mato Grosso do Sul, o risco de granizo foi mais elevado, com chuva intensa em curto período, o que pode ter provocado alagamentos repentinos.
Segurança e recomendações
Diante da previsão de muitos raios, a meteorologista reforçou a importância de medidas de segurança. Em locais abertos, a recomendação é agachar-se, com as mãos na cabeça, e buscar abrigo em veículos, evitando o contato com partes metálicas para minimizar riscos.
A Climatempo, em colaboração com a Defesa Civil, manteve o monitoramento contínuo do sistema. A orientação principal foi acompanhar as atualizações nos dias subsequentes, especialmente para residentes e trabalhadores em regiões costeiras e serranas.
Fonte: Canal Rural.








