Entenda o tornado: fenômeno que devastou cidade no Paraná e seus fatores determinantes

Tornado F3 devastou Rio Bonito do Iguaçu, com ventos superando 250 km/h e graves perdas. O fenômeno se forma em supercélulas com instabilidade atmosférica e rotação de ventos.

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Foto: Pixabay

O município de Rio Bonito do Iguaçu (PR) sofreu danos severos após um tornado classificado como categoria F3 atingir a região na tarde de sexta-feira (7). Conforme meteorologistas, o evento ocorreu em meio ao deslocamento de uma frente fria que atravessou o estado, acompanhada por múltiplos núcleos de tempestade.

Reinaldo Kneib, meteorologista do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), informou que o tornado, responsável por causar pelo menos seis mortes e mais de 700 feridos, foi inicialmente avaliado como F2. “A classificação do tornado foi baseada na análise dos danos e também nas imagens do radar meteorológico do Simepar”, declarou.

No entanto, análises complementares do Simepar, concluídas neste sábado (8), reclassificaram o fenômeno para a categoria F3. Mas, afinal, como se forma um tornado?

Como se forma um tornado

Os tornados se originam no interior de grandes nuvens de tempestade, conhecidas como supercélulas. Estas nuvens se formam quando massas de ar quente e úmido colidem com massas de ar frio e seco, criando um ambiente de intensa instabilidade atmosférica.

A rotação do ar quente dentro da nuvem desencadeia o que os meteorologistas denominam de cisalhamento do vento, uma alteração na direção e velocidade das correntes de ar em diferentes altitudes. Esse movimento em espiral pode dar origem ao funil característico do tornado, que se estende até alcançar o solo.

Escala Fujita: como é feita a classificação de tornados

A intensidade dos tornados é quantificada pela Escala Fujita, que varia de F0 a F5. A classificação considera a velocidade dos ventos e a extensão dos danos causados.

  • F0: ventos entre 64 e 116 km/h; danos leves.
  • F1: ventos entre 117 e 180 km/h; danos moderados.
  • F2: ventos entre 181 e 253 km/h; danos significativos.
  • F3: ventos entre 254 e 332 km/h; danos severos.
  • F4 e F5: ventos acima de 333 km/h; destruição extrema.

Em Rio Bonito do Iguaçu, onde aproximadamente 90% da zona urbana foi afetada, os ventos superaram os 250 km/h. Os prejuízos e a extensão dos danos continuam sob avaliação do governo do estado, da Defesa Civil e de outras entidades de apoio.

Fonte: Canal Rural.