Soja: queda na Bolsa de Chicago afeta cotações no Brasil

Chicago despenca e derruba preços da soja no Brasil, com pouca atividade e dólar volátil limitando negócios.

soja
Foto: Daniel Popov/ Canal Rural

O mercado brasileiro de soja registrou nesta sessão pouca atividade e uma trajetória de desvalorização nos preços. Conforme avaliação do analista de Safras & Mercado, Rafael Silveira, praticamente não houve negócios concretos anotados no dia.

As cotações apresentaram retração tanto para o produto disponível quanto para a safra futura. Essa correção acompanha o movimento observado na Bolsa de Chicago, que reverteu parte dos recentes ganhos.

“Os prêmios apresentaram aumentos modestos e o dólar manteve um comportamento volátil, o que limitou as referências de preço”, ressaltou o analista.

De acordo com Silveira, os momentos mais positivos ocorreram na parte da manhã, antes que o mercado perdesse fôlego. “Hoje tivemos poucos participantes ativos, com diversas tradings ausentes e um número reduzido de ofertas reais registradas”, complementou.

Preço médio da saca de soja

  • Passo Fundo (RS): caiu de R$ 136 para R$ 135
  • Santa Rosa (RS): passou de R$ 137 para R$ 135
  • Cascavel (PR): foram de R$ 135 para R$ 134
  • Rondonópolis (MT): seguiram em R$ 125
  • Dourados (MS): recuaram de R$ 126,50 para R$ 125,50
  • Rio Verde (GO): caiu de R$ 127 para R$ 125
  • Porto de Paranaguá (PR): caiu de R$ 142 para R$ 140
  • Porto de Rio Grande (RS): passou de R$ 142 para R$ 140

Bolsa de Chicago

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta data com expressiva queda.

O mercado foi impactado pela ausência de compras substanciais de soja norte-americana por parte da China. Os compradores chineses têm demonstrado preferência pelo produto brasileiro, que apresenta um custo mais vantajoso.

A empresa estatal chinesa COFCO realizou um evento de assinatura para aquisição de soja, conforme anunciado por Cao Derong, presidente da Câmara de Comércio de Produtos Agrícolas da China, durante o Fórum de Cooperação Agrícola EUA-China, em Xangai.

O dirigente não divulgou o volume negociado nem os fornecedores envolvidos, mas indicou que o comércio entre China e Estados Unidos está em processo de normalização após um período de tensões.

Segundo informações da Casa Branca, após o encontro entre Xi Jinping e Donald Trump, a China tem a expectativa de adquirir 12 milhões de toneladas de soja dos EUA até o final de 2025 e 25 milhões de toneladas anuais nos próximos três anos. Contudo, o governo chinês ainda não confirmou oficialmente estes números, e analistas permanecem atentos ao mercado em antecipação a grandes volumes de compra.

Contratos futuros da soja

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Foto: Pixabay

Os contratos da soja em grão com vencimento em janeiro de 2026 fecharam com desvalorização de 26,75 centavos, o equivalente a 2,35%, atingindo US$ 11,07 1/2 por bushel. A posição com entrega em março de 2026 registrou cotação de US$ 11,17 1/2 por bushel, apresentando uma queda de 24,50 centavos ou 2,14%.

Nos subprodutos, o farelo com vencimento em dezembro encerrou em baixa de US$ 12,1, representando 3,72%, a US$ 312,70 por tonelada. Quanto ao óleo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a 49,35 centavos de dólar, com uma perda de 0,34 centavo ou 0,68%.

Câmbio

O dólar comercial finalizou a sessão em queda de 0,23%, sendo negociado a R$ 5,3480 para venda e a R$ 5,3460 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,3307 e a máxima de R$ 5,3632.

Fonte: Canal Rural.