Na reunião entre a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) com mais de outras 20 frentes parlamentares que aconteceu nesta terça-feira (11), em Brasília), o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) afirmou que conversou com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e que houve uma sinalização de que a Medida Provisória nº 1227/24 pode ser devolvida. “O recado é de que a Medida Provisória será devolvida. Se serviu para algo essa MP 1227 foi para mostrar a união dos setores. O agro e a indústria estão juntos por um Brasil melhor e mais desenvolvido”.
Além dos representantes das frentes, o encontro reuniu ainda mais de 100 parlamentares que estão na articulação para derrubar a chamada “MP do Fim do Mundo”. Entre elas, a senadora Tereza Cristina (PP-MS), afirmou que “é mesmo a MP do Fim do Mundo. Abriram espaço para mudanças, mas não há o que mudar. A medida provisória deve ser devolvida e me recuso a apresentar qualquer emenda”, disse.
Desde que foi apresentada, a MP sofreu muita rechaça do setor produtivo e do poder legislativo, uma vez que foi imposta, com validade imediata sob a justificativa de compensar a medida de desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia nacional e pequenos municípios. Assim, o comentário entre os parlamentares é de que emendas serão insuficientes para derrubar a medida e o mellhor é devolvê-la. A decisão, porém, passa pelo presidente do Congresso Nacional, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Em uma reunião realizada nesta segunda com o presidente Lula, Pacheco deixou claro seu descontentamento e desconforto com a MP e com a o fato de o Governo Federal querer taxar os exportadores com uma medida provisória.
E também desde que foi conhecida, a medida promoveu uma severa desorganização nos mercados agropecuários, retirando diversas empresas compradoras dos negócios, já que as mesmas sofriam com a dificuldade de precificar produtos como a soja, por exemplo, diante do aumento da carga tributária. O agronegócio é um dos setores que mais sente o impacto das mudanças.
“Chegou a hora dar um basta nesse governo. Essas conversas separadas parecem ter a intenção de nos enganar. Estamos vivendo um desgoverno”, afirmou o presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil), João Martins. O líder afirmou ainda não quer conversar com o presidente. “Me recuso a falar com o presidente Lula. Está na hora de fazerem valer a posição de vocês lá (no Congresso)”, disse.
Se posicionou também o presidente do IPA (Instituto Pensar Agro), Nilson Leitão, afirmando que o setor está indignado e unido para dar apoio às frentes parlamentares. “Neste momento, fica mais claro que só o Congresso Nacional consegue dar segurança jurídica e o sucesso que o país precisa”, disse.
O deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR) falou sobre a união do Parlamento. “O melhor disso é que o povo está sendo representado no Congresso Navional em suas causas. A primeira e a última palavra são do povo, que não aguenta mais pagar tanto imposto. É imposto na veia equem está pagando é a sociedade. Não vamos permitir esse absurdo”.