A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) se reuniu nesta segunda-feira (28/08) com representantes do governo federal e produtores familiares de leite da Região Sul para abordar a crise no setor desde 2016.
O encontro foi liderado pelo presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), que destacou a dificuldade dos pequenos produtores em competir com a importação de leite do Mercosul, devido às vantagens concedidas a países como Argentina, Uruguai e Paraguai.
Paim ressaltou que milhares de pequenos produtores abandonaram a produção leiteira, citando a falta de incentivos e a competição desleal. Dados oficiais revelaram que, apenas no Rio Grande do Sul, 44 mil pequenos produtores saíram do setor desde 2018. A produção de leite no Brasil caiu 5,5% em 2022, enquanto as importações de leite e leite em pó aumentaram consideravelmente.
Os representantes governamentais, incluindo Monica Avelar, Milton José Fornazieri e Heloisa Pereira, apresentaram iniciativas em andamento para apoiar a cadeia produtiva de leite. Grupos de trabalho interministeriais estão dialogando com entidades representativas para implementar novas políticas de auxílio. Aumentos nas tarifas de importação de produtos lácteos foram mencionados como medidas recentes.
Porém, os produtores familiares acreditam que essas medidas não resolvem a crise de forma estrutural. Eles demandam remuneração justa que leve em conta os custos de produção, além de redução de impostos. Também expressaram preocupação com a importação de leite de outros países através de acordos com empresas argentinas.
Cleonice Back, da Federação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura Familiar no Rio Grande do Sul (Fetraf-RS), resumiu as dificuldades enfrentadas pelos pequenos produtores e defendeu garantias de preço justo e redução de impostos.
Fornazieri admitiu a prática de importação de leite de outros países por meio de acordos com empresas argentinas e informou que o governo está intensificando a repressão a essa fraude comercial.
Fonte: Canal Rural.
