Abril de 2025 começou com os Estados Unidos anunciando novas tarifas de importação, mas sem impactos imediatos sobre o setor lácteo nacional. A Argentina sinalizou leve recuperação econômica, o que pode favorecer o comércio regional. No Brasil, a discussão sobre isenção de impostos para produtos da cesta básica ganhou força e pode influenciar o consumo de itens essenciais, como os lácteos.

Na produção, dados da CLAL (fev/25 x fev/24) mostram realidades distintas. Argentina teve alta de 8,3% e Uruguai cresceu 1,9%. Já EUA, Nova Zelândia e Austrália registraram quedas, influenciadas por clima adverso e custos elevados. No consumo mundial, países ricos mantêm índices acima de 300 L/hab./ano, enquanto economias emergentes seguem abaixo de 100 L/hab./ano, refletindo desigualdades estruturais.
No cenário internacional, os preços recuaram na maioria dos derivados. A exceção foi o leite em pó desnatado, que subiu 5,9% e alcançou o maior valor em nove leilões. A muçarela caiu 4%, puxada pela demanda fraca na Ásia. A manteiga também teve desvalorização após altas anteriores, afetada pela inflação em países consumidores.
Internamente, o PIB teve leve revisão para baixo e o IPCA de março mostrou alta de 5%, enquanto os preços dos lácteos subiram 10%. Mesmo assim, houve melhora no mercado de trabalho e crescimento no consumo familiar. O ICPLeite subiu 1%, puxado por custos com concentrado e qualidade do leite. Já o preço ao produtor avançou para R$ 2,77/L em fevereiro. No varejo, o consumo de lácteos cresceu, com destaque para leite com sabor (+10,7%) e iogurte (+9,7%). Com a Páscoa, espera-se alta nas vendas de queijos, reforçando o cenário moderadamente positivo do setor.