O Porto do Açu, no norte fluminense, inaugurou nesta quinta feira (04/07) dois galpões dedicados a armazenar grãos, como soja e milho, atendendo à demanda do agronegócio. A área será do grupo Minas Port, que investiu R$ 104 milhões em recursos próprios no espaço com capacidade de estocar 70 mil toneladas de grãos. O contrato entre o Porto do Açu e a Minas Port é de 20 anos.
A destinação de galpões específicos para grãos irá trazer mais eficiência às operações, diz a Prumo, controladora do Porto do Açu. “Finalmente o Estado do Rio entra no mapa do agro”, disse Rogerio Zampronha, presidente da Prumo.
Eugenio Figueiredo, presidente do Porto do Açu, afirmou que esperava que a unidade só aumentaria a atuação em grãos quando houvesse uma ferrovia, mas a inauguração de hoje [quinta] provou o contrário: “Esses galpões são o primeiro passo para ampliarmos os clientes do agronegócio”.
A logística de distribuição do porto é feita por rodovias, mas a companhia trabalha para a construção de uma ferrovia no local.
Segundo Figueiredo, o Porto do Açu planeja construir uma unidade que opere só navios de grãos, já que os novos galpões são uma expansão do terminal multicargas. A empresa quer ampliar esse terminal até o fim do ano para elevar a capacidade de movimentações.
Em 2023, o terminal multicargas movimentou 2,1 milhões de toneladas. O plano do Açu é alcançar 5 milhões de toneladas com o aumento de capacidade, que irá possibilitar operações simultânea de dois navios. Os armazéns inaugurados também irão movimentar cargas de carvão mineral e gesso e prestar serviço de armazenagem a clientes do setor agrícola. O grupo Minas Port fará a distribuição de adubos e carvão mineral, sobretudo para Minas Gerais e Goiás.
O presidente do grupo Minas Port, Marcelo Marra, disse que a vantagem do Porto do Açu em relação a portos é que os clientes terão uma janela de atracação para reduzir os custos dos navios, evitando filas de espera. “Os caminhões chegam ao Açu com os grãos e voltam para onde o cliente contratou com alguma carga, que pode ser de fertilizantes. Isso reduz o custo para o contratante em cerca de 20%”, afirmou Marra.
Para 2025, a Minas Port anunciou a instalação de misturadora de fertilizantes no Açu, com investimento de R$ 200 milhões que, segundo ele, encurtaria o processo. “Hoje, a matéria-prima que chega pelos portos precisa seguir para uma fábrica […]. Com a possibilidade do Açu sendo um porto-indústria, vamos unir as etapas e dar eficiência”, disse.