Cotações

Preço da soja pode cair ainda mais na bolsa de Chicago

Cotação que até o início do mês orbitava na casa dos US$ 10 o bushel pode cair para US$ 8, segundo analista Os preços de soja que estão em tendência de baixa na bolsa de Chicago podem cair ainda mais com a perspectiva de aumento na oferta e demanda estagnada. Nesta sexta-feira (18/10), os contratos com entrega para novembro …

Cotação que até o início do mês orbitava na casa dos US$ 10 o bushel pode cair para US$ 8, segundo analista

emos um aumento brutal na oferta, e do outro lado uma estagnação na demanda, afirma analista da T&F 

Os preços de soja que estão em tendência de baixa na bolsa de Chicago podem cair ainda mais com a perspectiva de aumento na oferta e demanda estagnada. Nesta sexta-feira (18/10), os contratos com entrega para novembro tiveram queda de 1,90%, para US$ 9,70 o bushel.

“Os Estados Unidos deverão ter uma safra recorde de soja, e o Brasil deve colher 20 milhões de toneladas a mais nesta temporada. Então nós temos um aumento brutal na oferta, e do outro lado uma estagnação na demanda. Dentro desse cenário há grande chance de a soja ser negociada a US$ o bushel”, afirma Pacheco.

Para ele, as eventuais altas do grão na bolsa deverão acontecer apenas por movimentações técnicas, como foi o caso ontem, quando a soja subiu depois de cinco quedas consecutivas em Chicago.

A força de baixa para as cotações está, principalmente, no forte ritmo de colheita nos Estados Unidos e também nas previsões de chuvas para áreas produtoras do Brasil, onde essa condição climática pode amenizar o quadro de atraso no plantio, aumentando as perspectivas com a produção brasileira.

Trigo

O trigo liderou a queda dos grãos em Chicago, com a indicação de que a Rússia, maior exportador mundial, pode aumentar ainda mais suas ofertas aos compradores internacionais. Na sessão desta sexta, os lotes para dezembro caíram 2,84%, com a cotação de US$ 5,7275 o bushel.

“A Rússia tem duas questões que impactam diretamente o mercado de trigo. A primeira delas é a volta das chuvas em áreas produtoras, que enfrentam um período muito seco para a semeadura de inverno. O outro fator é a política de intervenção do governo que deve impactar as exportações do país”, destaca Luiz Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica.

Pacheco detalha que o governo russo pediu aos produtores de trigo locais para que não vendam ao exterior seu produto por um preço abaixo de US$ 250 a tonelada.

“Se a medida tinha objetivo de garantir oferta interna não deu certo. Como a exigência passará a valer em janeiro, muitos produtores russos correram para efetuar suas exportações, inclusive com valores na casa das US$ 230 a tonelada. Acredito que eles vão acelerar suas vendas até a medida entrar em vigor”.

O analista também pontua que a decisão de elevar os preços do trigo russo pode beneficiar a procura pelo trigo americano, acarretando em alta para os preços em Chicago.

Milho

O aumento expressivo da demanda por milho dos EUA não foi capaz de assegurar a alta nas cotações em Chicago. Os papéis com entrega para dezembro fecharam em queda de 0,49%, para US$ 4,0475 o bushel.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) disse nesta sexta que as vendas líquidas do cereal cresceram 82% na semana passada, para um total de 2,2 milhões de toneladas.

Além disso, hoje, os exportadores americanos reportaram ao USDA a venda de outras 125 mil toneladas do cereal para destinos desconhecidos, o terceiro dia consecutivo com dados sobre demanda pelo produto.

Apesar de informações sobre demanda que poderiam assegurar uma alta nas cotações, como aconteceu nos dois últimos pregões, investidores focaram nas questões de safra, como o avanço da colheita americana, onde o tempo firme deve continuar favorecendo os trabalhos na próxima semana.