Arroz

Se preço do arroz subir, novos leilões serão realizados, diz ministro

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que o governo não abre mão da possibilidade de realizar novos leilões para a compra de arroz importado, mas ressaltou que o pregão só faz sentido se o preço estiver alto. Ele ressaltou que, com incentivos para expansão da produção, o país tem potencial de ser um grande exportador …

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que o governo não abre mão da possibilidade de realizar novos leilões para a compra de arroz importado, mas ressaltou que o pregão só faz sentido se o preço estiver alto. Ele ressaltou que, com incentivos para expansão da produção, o país tem potencial de ser um grande exportador do cereal.

“Arroz e leite são produtos que o Brasil não só não precisa importar, como pode ser exportador”, disse o ministro em conversa com jornalistas. Segundo ele, o Plano Safra da Agricultura Familiar 24/25 contém incentivos para aumentar a produção de arroz e da bacia leiteira nacional.

O ministério tem monitorado os preços do arroz aos consumidores em conjunto com produtores e indústrias, e alertado onde é preciso elevar oferta para reduzir a cotação na ponta.

A avaliação do ministro é que valeu o “custo político” do leilão, que já culminou na demissão do ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, e do ex-diretor de Operações e Abastecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thiago dos Santos, por conta da acomodação gerada no mercado a partir do lançamento do edital do pregão.

“Valeu [o custo político de lançar o edital]. Nós tiramos a taxa de importação [para países fora do Mercosul]. Quando soltamos o leilão, isso incidiu na redução de preço do arroz. É um instrumento importante para não deixar faltar arroz, por isso estamos com o edital pronto. Se precisar vamos usar”, afirmou a jornalistas.

“Estamos fazendo uma gestão semanal. O leilão tem sentido se preço estiver alto. Se tiver uma lógica de redução, achamos que não terá necessidade, mas não abrimos mão de ter a possibilidade de realizar o leilão”, completou.

Teixeira disse que já teve redução nos preços aos consumidores, com ofertas de pacotes de cinco quilos a R$ 21 a R$ 25. Segundo ele, o patamar salutar de preços é o de R$ 20, meta indicada no leilão, cuja venda aos consumidores finais seria subsidiada.

O ministro afirmou ainda que os incentivos do Plano Safra da Agricultura Familiar 24/25, como juros mais baixos para a produção de alimentos básicos (de 3% ao ano) vão se reverter na expansão da área plantada de arroz com a conversão de lavouras de outras culturas no Sul e em outras regiões do país.

“Vai haver conversão de muitos produtores de milho e soja para o arroz. Em Goiás, já se produz 60 mil toneladas do cereal e poderá passar para 120 mil toneladas. Isso vai diminuir o preço do arroz”, garantiu. Segundo ele, se os preços caírem, o governo poderá aproveitar para recompor os estoques públicos “com cuidado”.

Sobre o lançamento de contratos de opção de venda, mecanismo pelo o qual o governo garante preço de compra para estimular o plantio do cereal, Teixeira disse que a medida está subordinada à gestão conjunta feita com o setor produtivo.

“Tudo está subordinado a essa gestão de preços. O edital para leilão está pronto e agora [estamos preparando] os contratos de opções para fazer gestão de preços. Se precisar, vamos lançar. E fica subordinado ao valor que está chegando na prateleira dos brasileiros”, explicou.